domingo, 21 de dezembro de 2008

Rebaixamento da Linha Férrea




Fotos Direitos Reservados




Rebaixamento da Linha Férrea


Já vai longe o tempo em que alguém assumia, em 7 de Julho de 94, com grande lucidez: 


"Garantida agora a defesa da praia, afigura-se-nos que não se devia perder a oportunidade de investir definitivamente no traçado actual mas em túnel, para urbanizar a superfície, limitar os ruídos e, simultaneamente, criar um novo espaço de teor turístico de grande valia para a cidade."

Mas a CP preferia a quadruplicação da linha, hipótese que a autarquia rejeitava liminarmente. 

E a "DE" de 26 de Setembro de 96 noticiava que a ministra do Ambiente, Elisa Ferreira, se mostrara sensível aos argumentos que José Mota levara a uma reunião, reprovando o projecto da CP. 

Na circunstância o presidente da Câmara insistia que a construção de um túnel era tecnicamente viável, como o comprovavam os pareceres que a autarquia pedira:

 "A desautorização pública da ministra às pretensões da CP é a prova de que estamos certos. Estamos à espera que o presidente do conselho de administração peça a demissão e, se tal for necessário, até faremos uma romagem à sede daquela empresa".

Posteriormente, em 2 de Janeiro de 97, na rubrica "1966 em revista", a "DE" admitia: 

"Construir um túnel, ficando o problema do trânsito resolvido de uma forma parcial, seria uma oportunidade excelente para desenvolver o turismo local, carenciado que está de um empurrão definitivo para que seja, verdadeiramente, considerado como tal."

Todavia, só em 13 de Agosto de 98 a situação se clarificava, como referiu José Mota:

 "Com a visita de João Cravinho, vimos pela primeira vez um ministro admitir o enterramento da linha.

 Ele teve a preocupação de dizer que estavam a estudar o assunto e que até Janeiro de 99 seria tomada uma decisão. Para mim, a declaração  do ministro significa apenas que vai haver enterramento da linha, com maior ou menor dificuldade."

Como consequência, em 13 de Maio de 99 a "DE" sublinhava que "o sonho, em que até há pouco tempo poucos acreditavam que se pudesse vir a concretizar, vai ser uma realidade, e o protocolo assinado no passado sábado por José Mota e por Manuel Frasquilho, responsável máximo pela Refer, é o primeiro passo dado nesse sentido".

Pouco tempo depois, em 26 de Agosto de 99, o primeiro-ministro, António Guterres, anunciou que "a cidade deixará de estar dividida por uma linha-férrea, com a concretizarão de um velho sonho - o enterramento da Linha do Norte".

Embora se fizessem ouvir algumas vozes dos habituais "velhos do Restelo", os cidadãos mais lúcidos e responsáveis não tinham dúvidas sobre o alcance da obra. 

Assim aconteceu com o presidente da Solverde, Manuel Violas, que em 13 de Dezembro de 2001 afirmava que "o enterramento da linha será, de facto, um salto qualitativo que Espinho vai ter e que se deve muito à pessoa que neste momento ocupa o lugar da presidência da autarquia".

A generalidade da comunicação social reconhecia também o mérito da realização. 

Por exemplo, em 26 de Julho de 2001, a jornalista Sandra Soares escrevia na "DE" que "todos os intervenientes directos nesta obra, assim como a população em geral, são unânimes em considerar que Espinho vai mudar radicalmente e uma das principais razões desta mudança é a grande alameda que vai surgir à superfície dos 1.100 metros de túnel compreendidos entre as ruas 11 e 43".

Também em meados de 2001 foi publicado o anúncio do concurso público internacional para o rebaixamento da linha, obra que viria a desenvolver-se até 2008, altura em que, a partir de 4 de Maio, os comboios deixaram de circular à superfície em Espinho.











  Equipamento e arranjos exteriores da plataforma á superfície melhorarão qualidade de vida na cidade


Na sequência das obras de rebaixamento da via-férrea da linha do Norte, no tramo que atravessa a cidade, a Câmara promoveu um concurso público, com a colaboração da Ordem dos Arquitectos Portugueses, com vista à elaboração do projecto de equipamentos e de arranjos exteriores da plataforma à superfície sobre o respectivo túnel.

Foram estabelecidos os seguintes princípios orientadores: conferir uma coesão entre a malha existente, os edifícios e os cenários envolventes e a plataforma; melhorar a qualidade de vida e a imagem da cidade; tratar o espaço público, incluindo pavimentos, mobiliário urbano e elementos vegetais e arbóreos; levar a cidade a desfrutar de novos espaços públicos; tornar a cidade acessível, favorecer a actividade pedonal; dar resposta a novas actividades em espaços urbanos abertos, desde eventos colectivos ao turismo cultural.

0 concurso foi ganho pelo arquitecto Rui Lacerda.











Tratou-sede uma batalha extremamente difícil, que obrigou a um sem número de guerras, por vezes extremamente desgastantes, quer com os diversos conselhos de administrarão da Refer quer com os sucessivos governos.

Mas... aconteceu obra! 

E o balanço das vantagens que dela advêm para Espinho, ainda que inegáveis, só poderá ser feito, em toda a sua extensão, daqui a alguns anos. 

Não cabe aqui, pois e por isso, falar-se dos que tentaram

fazer descarrilar o empreendimento, nem dos que por ele se bateram de onda dementa. 

Tudo isso ficará para o julgamento da História!

Por último, depois desta primeira e decisiva fase, vai agora começar a segunda parte - a da requalificação à superfície - que fará com que todo aquele espaço passe a constituir um motivo de orgulho para todos os espinhenses e um motivo de admiração para todos os visitantes...










Fotos Direitos Reservados




segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Feira de Espinho

Feira de Espinho
O primeiro feriado do mês de Dezembro coincide este ano com a conhecida Feira de Espinho.·Logo pela manhã já havia quem procurasses os presentes de Natal entre as pechinchas da feira.