Guerra nas estradas

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quarta-feira, 23 de maio de 2007

Irmãos retirados à família em Espinho



Irmãos retirados à família em Espinho


Avó das crianças (à esquerda) tece duras críticas à Segurança Social


Técnicos da Segurança Social retiraram, ontem, a guarda de dois irmãos, uma menina de um ano e um menino de nove, à mãe e à avó, moradoras no Bairro da Marinha de Silvalde, em Espinho, por alegada negligência na educação dos menores. A situação não deixou ninguém indiferente no Bairro da Marinha, com vários populares a criticarem a forma como os técnicos levaram a cabo a acção, com a ajuda da PSP, acusando-os mesmo de terem abusado da força e de não terem explicado a situação às duas mulheres. Isto sobretudo quando a mãe das crianças, Paula Aguincha, de 34 anos, sofre de paralisia cerebral, e a avó, Rosária Benedito, tem 72 anos e pouca instrução.

"Eram cerca de 11 horas e eu estava a tratar de dar o leite aos meninos. Como o mais velho não tinha aulas de manhã, ainda estava na cama, bem como a bebé. A certa altura, tocaram à campainha e o menino correu a abrir a porta. De repente, vi uma trupe de homens a entrar pela casa dentro a dizerem-me para arranjar roupa para as crianças. Eu perguntei o que é que se passava e eles disseram que as crianças iam dar um passeio. O meu neto perguntou se eu também podia ir e eu simplesmente comecei a gritar", contou Rosária Benedito. "Sem mais nem quê, pegaram na menina ao colo, puseram-lhe um cobertor por cima da cabeça e levaram-na. O menino também se pôs a gritar e eles levaram-no de arrasto até lá fora e meteram-no num carro. Não nos disseram para onde iam levá-los", criticou a avó das crianças, sem conseguir conter as lágrimas.

Apesar de dizerem desconhecer o destino das crianças, o certo é que Rosária Benedito recebeu pelo menos duas cartas do Tribunal Judicial de Espinho durante o mês corrente a explicar a situação e que as crianças iriam ser levadas, a menina para o centro de acolhimento "Aconchego", em Albergaria-a-Velha, e o menino para o Centro de Apoio Familiar Pinto de Carvalho, em Oliveira de Azeméis.

A razão da retirada da guarda das crianças à mãe e à avó terá a ver com queixas alegadamente feitas por vizinhos sobre a forma como elas estavam a ser educadas, sobretudo o mais velho, acusado de ser uma criança muito rebelde, de fugir de casa à noite e de se ter refugiado numa grua e ter sido encontrado a vaguear sozinho junto da linha-férrea.

Uma das pessoas mais inconformadas com a situação era Rosa Araújo, catequista do menino. "Nunca tive qualquer problema com ele. Reza tão bem ou melhor do que os outros. Aliás, a primeira comunhão dele está marcada para o próximo dia 10 e eu já disse que ele vai ter de comparecer, nem que eu tenha de o ir buscar", adiantou Rosa Araújo.

O JN tentou obter uma posição da Segurança Social de Aveiro, mas tal não foi possível em tempo útil. Fonte da PSP disse, por sua vez, que a polícia teve apenas por missão manter a ordem

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