Guerra nas estradas

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O Blogue nasceu através de uma das séries da Guerra nas Estradas na TV canal AMC Break O Blogue Guerra nas Estradas conta histórias passa-se nas nossas estradas e nas ruas. Peões, ciclistas e condutores não respeitam as regras do código de estrada. As imagens de vídeos valem mais que mil palavras.

Direito autoral ou direito de autor

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quinta-feira, 14 de março de 2024

"Não entendo o significado de lombas em ruas "

 


 "Não entendo o significado de lombas em ruas onde não há movimento"


Pelas ruas da Vitória, no Porto, ecoam críticas e muitas reservas quanto à colocação de lombas em algumas artérias, já que, por ali, "não há movimento".


 Em causa está a implementação da "Rede 20", que a Câmara do Porto apresentou nesta manhã de terça-feira.

José Marcos embrulha-se em pensamentos enquanto olha para a almofada azul de redução de velocidade instalada à entrada da Rua de São Bento da Vitória. 

Pintada na calçada portuguesa está a indicação do limite máximo de circulação de 20 quilómetros por hora, mas o portuense, de 60 anos, diz não entender "o significado de lombas em ruas que não têm movimento".

As críticas surgiram depois de o Executivo da Câmara do Porto ter visitado as ruas da freguesia onde está instalada a nova sinalética da "Rede 20", com medidas para a redução de velocidade. 

O objetivo é, diz o vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, "limitar o interesse que os automobilistas têm em entrar nestas zonas". 

A intenção é que peões, bicicletas e trotinetas possam partilhar a estrada.

Há nove ruas na Vitória que estão designadas como "zona residencial ou de coexistência". 

Ao mesmo tempo, o estacionamento está também reservado a moradores e a cargas e descargas dos negócios.

Mas à medida que o Executivo passa, a voz de Fernanda Barbosa sobrepõe-se. 

De braços no ar, as críticas da moradora inundam as ruas. 

"Não há respeito nenhum. 

Passaram todos e ninguém olhou para nada", revolta-se, enquanto José Marcos conta os carros estacionados junto ao Largo Amor de Perdição que "não são de moradores".

O grupo de moradores insatisfeitos começa a crescer e a ele junta-se Lucinda Bento, de 85 anos, com negras à volta do nariz. 

"É a segunda vez que caio aqui", lamenta a idosa, de indicador apontado para a estrada, à entrada da Rua de Trás. 

O chão, com pedras largas, "é bonito", admite José Marcos, mas "não está nivelado e as pessoas caem". Por isso, também Júlio Pereira, 55 anos, sugere a criação de "um corredor para que se consiga passar com carrinhos de bebé e cadeiras de rodas".

 E acrescenta: "deviam ter resolvido isto antes".

"Em tempos, quando isto tinha movimento, com a escola e os infantários, justificava-se [a instalação de lombas]", observa José Marcos, comprometendo-se a "perguntar [à Câmara do Porto] para que servem".

 "Só se for para os turistas", contrapõe.

Há quem sugira, contudo, que as medidas de redução de velocidade estarão relacionadas "com o que se passa aqui à noite".

 "É só aceleras.

 Fica tudo cheio de carros", adianta Fernanda.


Recuperar o uso original das ruas


Para o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, o programa implementado a partir desta terça-feira trata-se de "devolver às ruas da cidade o uso que elas tinham antigamente".


Para o autarca, o espaço público nas cidades "está a ser reconquistado pelos cidadãos que não têm automóvel". 

Aos jornalistas, explica que o Município pretende implementar em zonas como a da Vitória, onde as ruas são mais estreitas, "a possibilidade de partilha".

"Se os motoristas dos automóveis andarem aqui a 20 km/h como vão andar e nós vamos controlar [com a presença da PSP e Polícia Municipal], naturalmente as pessoas vão sentir-se mais à vontade para poderem andar no meio da rua e as bicicletas vão poder circular", acredita o autarca. 

Até ao final do ano, a Câmara do Porto quer implementar estas alterações em nove quilómetros da cidade, conseguindo atingir os 30 quilómetros em 2026. 

Nessa altura, 57% dos arruamentos da cidade "vão ser condicionados ao automóvel", acrescentou Pedro Baganha.

Quanto aos moradores, e com o presidente da União de Freguesias do Centro Histórico, Nuno Cruz, à sua esquerda, Moreira afirmou que, "das experiências feitas na Ribeira, a Zona de Acesso Automóvel Condicionado (ZAAC) foi uma solução ótima". 


Zonas de Acesso Automóvel Condicionado


Para permitir acolher em condições de conforto e de segurança os grandes fluxos e concentração de pessoas às zonas de maior procura, o Município do Porto tem delimitadas algumas Zonas de Acesso Automóvel Condicionado (ZAAC) onde o acesso, a circulação rodoviária, a paragem e o estacionamento dentro dos seus limites estabelecidos, estão sujeitos a regulação.


 Como garantia da segurança e qualidade de vida de todos os que habitam, trabalham e visitam a cidade, pretende-se que, nas zonas Cedofeita, Flores, Ribeira e Santa Catarina, que se situam essencialmente no Centro Histórico, o acesso automóvel seja feito de forma condicionada e sujeito ao registo numa plataforma desenvolvida para o efeito – ZAACPorto . 

O sistema de validação do acesso condicionado, nas zonas Cedofeita, Flores, Ribeira e Santa Catarina, entrou em operação em janeiro de 2022 e para garantir o acesso deverá efetuar o registo na plataforma ZAACPorto em https://zaac.cm-porto.pt/

O pedido de acesso às outras zonas onde o trânsito automóvel é condicionado deve ser feito sempre através do Portal do Munícipe  portaldomunicipe.cm-porto.pt


Fonte JN / C. M. porto 









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