domingo, 12 de novembro de 2006

'Stuart' é o filme mais premiado do 30.º Cinanima



'Stuart' é o filme mais premiado do 30.º Cinanima


"Stuart", de Zepe


João Antunes

País com largas tradições na animação, a República Checa foi a grande vencedora da 30.ª edição do Cinanima, cujos prémios foram entregues ontem à noite. A honra deveu-se ao filme "Carnaval dos animais", de Michaela Pavlatova, que usa no seu filme, sobre duas sociedades em confronto, a dos homens e a das mulheres, técnicas tão diferenciadas como marionetas, plasticina, areia, recortes e computador.

O Grande Prémio Tóbis, entregue pelo júri internacional a um dos filmes portugueses a concurso, foi para "Stuart", de José Pedro Cavalheiro, também conhecido como Zepe, e que assina aqui a que é já a obra de referência na animação portuguesa deste ano. Convidando-nos a uma deambulação pelas zonas mais sórdidas de Lisboa, a partir da obra gráfica de Stuart Carvalhais, o filme obteve ainda o Prémio António Gaio, a que concorreram 17 filmes de produção nacional e o prémio para a melhor banda sonora original, provando que o filme de Zepe não se esgota na inspiração gráfica de Stuart, oferecendo-nos ainda uma "viagem" aos sons da capital. O júri da secção Jovem Cineasta Português premiou "Mais perto das nuvens, mais perto dos sonhos", na categoria cineastas até aos 18 anos, e ainda o filme "Porquê".

O júri internacional entregou ainda o seu Prémio Especial à produção canadiana "Tower bawher", de Theodore Ushev, nascido na Bulgária, e que no seu filme evoca o fervilhante período artístico do construtivismo russo, movimento nascido após a revolução de 1917. Este filme faz parte de um grupo de títulos escolhidos pelo júri da 2, e que serão oportunamente exibidos no programa onda Curta.

Desse lote faz ainda parte o divertidíssimo "Dreams and desires - Family ties", sobre as atribuladas filmagens de um casamento. Com este seu filme, a britânica Joanna Quinn, que há sete anos não ia a um festival de cinema, escolhendo o Cinanima para o "regresso", venceu também o Prémio José Abel. Finalmente, o júri final das longas-metragens, que tinha à sua escolha quatro títulos, optou por entregar o seu prémio a "Os Christies", do inglês Phil Mulloy, uma colecção de cenas sobre a vida de uma típica família, inglesa e psicótica