Covid-19: Espinho quer grades nas praias, vigilância por drone e bandeira de ocupação máxima
O município de Espinho preparou um plano de utilização balnear que
prevê divisão com grades das praias e vigilância por drone, revelou hoje a autarquia, que também recomendou ao
Governo a criação de uma bandeira indicativa de ocupação máxima.

Esse
concelho do distrito de Aveiro conta
com oito quilómetros de orla costeira distribuída por várias praias vigiadas e não-vigiadas, seja em pleno centro da
cidade ou em freguesias contíguas, e a câmara municipal definiu uma série de medidas que, destinadas a garantir o distanciamento imposto pela pandemia de covid-19,
aguardam agora aprovação pela Agência Portuguesa do Ambiente.

"Tudo será articulado com os
concessionários, com a Autoridade Marítima e com o Instituto de Socorros a Náufragos, para que a permanência na praia possa ser o mais s
egura possível dentro das restrições a que estamos obrigados este ano", diz à Lusa o presidente da autarquia, Joaquim Pinto Moreira.

No que se refere à compartimentação das diferentes concessões, recorrendo a gradeamento, o
objetivo é facilitar o controlo de entradas e saídas nos areais, aumentar a perceção de
eventuais aglomerações em cada secção e melhorar a definição das áreas de responsabilidade dos vários concessionários, ajudando aos respetivos
procedimentos de segurança e higiene.

Para reforço dessa
vigilância, a Câmara de Espinho também se propõe recorrer a vigias transportados por
motos 4x4 ou veículos similares, uma rede de rádio própria para as equipas de trabalho balnear e um drone (pequeno veículo aéreo não tripulado, acionado por controlo remoto e afeto sobretudo à recolha de imagens)
a manobrar por dois pilotos, mediante uma escala de serviço diária.

"Equipado com os acessórios adequados, um drone devidamente licenciado é uma opção de vigilância com baixo custo de investimento e operacionalidade, permitindo
obter rapidamente uma 'big picture' de toda a frente de praia, várias vezes ao dia, com meros intervalos para carregamento de bateria", defende Pinto Moreira.

O autarca social-democrata realça que esse equipamento de
videovigilância aérea permitirá ainda "comunicar com os cidadãos em terra através de um altifalante incorporado, emitindo mensagens de prevenção destinadas, por
exemplo, a dissuadir aglomerações, a alertar para riscos e a apoiar a tomada de decisões de socorro e o envio de meios necessários".
Outra vantagem do drone é a sua capacidade para "transmitir imagens em direto às salas de operações e de comunicações de diferentes entidades, onde quer que essas estejam localizadas".
A autarquia está ainda a avaliar a possibilidade de instalar na sua frente marítima "um sistema de
videovigilância equipado com software que permita avaliar em contínuo o número de pessoas na praia e o cumprimento do seu afastamento social, o que evita a dependência exclusiva da análise humana, sempre mais sujeita a erros de avaliação".
Seja com recurso a mecanismos informáticos ou à observação pessoal, Pinto Moreira também pretende ver criada "uma bandeira específica a hastear sempre que a praia atinja o limite da sua capacidade" - o que facilitará, por sua vez, o recurso a um eventual "dispositivo de alerta para evacuação da área em caso de incumprimento das regras de segurança".
Quanto aos nadadores-salvadores, o presidente da câmara antecipa dificuldades na sua contratação e quer, por isso, mais flexibilidade na distribuição da equipa de assistência a banhistas, que provavelmente deixará de contar com
22 técnicos para toda a orla costeira do município e ficará limitada a 17.
"Deve colocar-se
apenas um nadador-salvador nas concessões contíguas e manter-se dois nas praias isoladas, dado que muitos concessionários
não terão capacidade financeira para suportar o dispositivo habitual e se prevê dificuldade em contratar novos técnicos, não só devido ao prolongamento do calendário escolar, mas também ao facto de e
ste ano não se terem realizado quaisquer cursos para formação desses elementos, como é habitual e necessário", explica o presidente da Câmara.
Para compensar a diminuição de recursos humanos afetos ao salvamento aquático, a autarquia irá, contudo, alargar
o horário de serviço dos nadadores-salvadores, cuja permanência nas praias deixará de verificar-se apenas entre as 10:00 e as 18:00, para se verificar entre as 09:00 e as 19:00.
Por esclarecer continua a
situação da Piscina Solário Atlântico: "Para já, o Conselho de Ministros não permite a
abertura de piscinas, mas, como a nossa é aberta ao ar livre e de água salgada, estamos a analisar a situação com a Autoridade Nacional de Saúde".
FONTE Lusa
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