sexta-feira, 17 de julho de 2009

Marginal fecha ao trânsito aos fins-de-semana

 

Rua 2 vai ficar sem carros já a partir de amanhã, sábado.  Comerciantes apanhados de surpresa.

A Rua 2, junto às praias de Espinho, vai ser fechada ao trânsito ao fim-de-semana, durante todo o Verão, e já a partir de amanhã. A medida da Câmara, levada a cabo em prol da qualidade do ar, está a hojerevoltar os comerciantes.

A notícia caiu como uma bomba. "Se isso acontecer, chego lá e corto os cadeados. É que ninguém duvide" - Paula Zagalo, do conhecido Restaurante Zagalo, em plena Rua 2, defronte do mar de Espinho, não esconde a raiva. "Como se já não bastassem os problemas que nós temos, com as quebras no negócio por causa da falta de dinheiro, vem agora a Câmara para nos dar a machadada fatal. Mas isto não vai ficar assim, não vai não", acrescentou, com o desespero espelhado no olhar.

Demonstrando total desconhecimento acerca da medida que vai ser adoptada pela Câmara de Espinho, com vista à melhoria da qualidade do ar, já a partir de amanhã, responsáveis pelos vários restaurantes da Rua 2 - cuja parte aberta ao trânsito é cerca de metade da marginal da cidade -,bem como banhistas e veraneantes, mostravam-se, ontem, surpreendidos e revoltados.

"Como é que a Câmara faz uma coisa destas em pleno Verão e sem criar condições, parques de estacionamento? Se a falta de lugares de estacionamento já era um problema, por causa de tantas obras, tanto que nos vimos obrigados a pagar o estacionamento pelos nossos clientes para que não fugissem daqui, como é que vai ser agora?", questionou Joaquim Teixeira, funcionário do Restaurante EspinhoMar 2.

"Acho muito bem. Há anos que deviam ter feito isso. As pessoas vêm para aí às sete horas da manhã, entopem isso de carros e depois nem as ambulâncias conseguem passar", salientou, por sua vez, Vítor Brito, gerente do Restaurante Dolche, uma das únicas vozes concordantes. O vereador Manuel Rocha disse ao JN nãoacreditar que os restaurantes e outros negócios instalados na Rua 2 venham a sofrer com o encerramento ao trânsito. "Imagine-se aquela marginal livre de automóveis, cheia de gente a passear livremente. Estou convicto de que, com o tempo, as pessoas vão preferir a rua fechada", explicou.

"O maior impacto, penso, será mesmo no estacionamento, mas para isso temos a parte nascente da cidade onde, desde que o estacionamento passou a ser pago, se encontram muitos lugares livres. Mais: na Avenida 8, entre o Casino e o Restaurante Cabana já é permitido estacionar, durante a época balnear, nos dois lados da rua e, num deles, em cima de metade do passeio", acrescentou.

O porquê de tal medida, explicou Manuel Rocha, prende-se então, com um compromisso assumido pela Câmara no âmbito de um plano de melhoria da qualidade do ar levado a cabo pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte de forma a diminuir a quantidade de partículas PM10. Além do fecho da Rua 2 ao trânsito ao fim-de-semana, a Câmara adoptou também por medida a proibição de circulação de veículos pesados de mercadorias a poente da Avenida 32. Até agora era só a partir da Rua 20 para poente.

O JN procurou saber qual a opinião do presidente da Junta de Freguesia de Espinho, Rui Torres, mas este mostrou-se tão surpreendido com a medida como todos os outros.

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