Dar de caras com... Estátuas Vivas
No passado sábado, o mistério das estátuas vivas foi desvendado numa conversa informal com a Vereadora da Cultura, Leonor Fonseca, e quatro participantes habituais no encontro que se realiza em Espinho no próximo dia 26.
André, Hermínia, Rita e Teodolitos deram o seu testemunho, falaram da participação no encontro de estátuas vivas e do desafio da estético e performativo.
Os encontros de estátuas vivas têm vindo a disseminar-se um pouco por todo o país, em alguns lacais com um cariz temático.
E cada vez mais esta arte se assume como uma profissão.
André, licenciado em artes plásticas e teoria crítica, começou por ser estátua pelo desafio de estar em publico "numa situação que é, aparentemente desconfortável".
Mas no sacrifício há também um lado mais divertido e o convívio e a troca de experiencias acaba por acontecer e criar uma rede de contactos entre as pessoas que se dedicam à arte da imobilidade.
"Criamos uma personagem e uma narrativa e tentamos mostra-la. Há uma diversidade enorme nas estátuas e uma forma diferente de interpretar isso.
Cada pessoa consegue trazer algo de si, de uma forma ingénua, para as estátuas.
E acho que isso é que é interessante", explica André.
Quanto ao esforço exigido, e apesar de ser ainda inexperiente, Rita não tem dúvidas:
"Dizem que ficar duas horas em estátua exige o mesmo esforço físico que correr 6 km.
Custa estar em estátua porque o nosso corpo tem de estar rígido".
Teodolitos defende, que apesar do esforço, todos os sentidos ficam mais alertas e que as estátuas têm muito mais que um carácter lúdico, sendo uma forte forma de expressão e comunicação.
"Com o tempo ficamos cada vez mais confortáveis com a estática.
Ouve-se muito mais e vê-se muito mais estando quieto.
Hermínia vem do teatro e sem experiência na área começou por experimentar e acabou por se apaixonar.
Participa em pequenos encontros e de ano para ano vai descobrindo como melhorar as suas performances.
"No início era mesmo violento.
Agora já nos mexemos quando colocam as moedas.
Mas é um desafio para o corpo", confessa.
No papel de estátua, Hermínia também interpreta e, embora esteja imóvel,acaba por interagir mais com o público do que em palco.
De ano para ano, há cada vez mais qualidade nas estátuas que desfilam no Largo da Câmara, conforme disse Leonor Fonseca, e durante todo o ano começam a ganhar espaço nas ruas da cidade e integrando-se na paisagem.
A conversa acabou por se estender a todos os presentes, que quiseram perceber o que está por detrás deste trabalho artístico.
No final ficou a ideia de que ser uma estátua exige mais esforço, dedicação, concentração e agilidade do que o que se pensaria.
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