segunda-feira, 21 de maio de 2012

Dar de caras com... Estátuas Vivas

 








Dar de caras com... Estátuas Vivas




No passado sábado, o mistério das estátuas vivas foi desvendado numa conversa informal com a Vereadora da Cultura, Leonor Fonseca, e quatro participantes habituais no encontro que se realiza em Espinho no próximo dia 26.

 
André, Hermínia, Rita e Teodolitos deram o seu testemunho, falaram da participação no encontro de estátuas vivas e do desafio da estético e performativo. 


Os encontros de estátuas vivas têm vindo a disseminar-se um pouco por todo o país, em alguns lacais com um cariz temático.

 E cada vez mais esta arte se assume como uma profissão.

 André, licenciado em artes plásticas e teoria crítica, começou por ser estátua pelo desafio de estar em publico "numa situação que é, aparentemente desconfortável".

 Mas no sacrifício há também um lado mais divertido e o convívio e a troca de experiencias acaba por acontecer e criar uma rede de contactos entre as pessoas que se dedicam à arte da imobilidade.

 "Criamos uma personagem e uma narrativa e tentamos mostra-la. Há uma diversidade enorme nas estátuas e uma forma diferente de interpretar isso.

 Cada pessoa consegue trazer algo de si, de uma forma ingénua, para as estátuas.

 E acho que isso é que é interessante", explica André.

 
Quanto ao esforço exigido, e apesar de ser ainda inexperiente, Rita não tem dúvidas: 

"Dizem que ficar duas horas em estátua exige o mesmo esforço físico que correr 6 km. 

Custa estar em estátua porque o nosso corpo tem de estar rígido".

 
Teodolitos defende, que apesar do esforço, todos os sentidos ficam mais alertas e que as estátuas têm muito mais que um carácter lúdico, sendo uma forte forma de expressão e comunicação. 

"Com o tempo ficamos cada vez mais confortáveis com a estática. 

Ouve-se muito mais e vê-se muito mais estando quieto.

 
Hermínia vem do teatro e sem experiência na área começou por experimentar e acabou por se apaixonar. 

Participa em pequenos encontros e de ano para ano vai descobrindo como melhorar as suas performances. 

"No início era mesmo violento. 

Agora já nos mexemos quando colocam as moedas.

 Mas é um desafio para o corpo", confessa. 

No papel de estátua, Hermínia também interpreta e, embora esteja imóvel,acaba por interagir mais com o público do que em palco.

 De ano para ano, há cada vez mais qualidade nas estátuas que desfilam no Largo da Câmara, conforme disse Leonor Fonseca, e durante todo o ano começam a ganhar espaço nas ruas da cidade e integrando-se na paisagem.

 
A conversa acabou por se estender a todos os presentes, que quiseram perceber o que está por detrás deste trabalho artístico. 

No final ficou a ideia de que ser uma estátua exige mais esforço, dedicação, concentração e agilidade do que o que se pensaria.

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