sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Vórtex - Arquiteto Rodrigues não presenciou influência de Pessegueiro sobre Câmara de Espinho

 
 Arquiteto Rodrigues não presenciou influência de Pessegueiro sobre Câmara de Espinho


O arquiteto João Rodrigues, arguido no processo Vórtex, disse hoje que nunca assistiu a nenhum ato que pudesse indicar algum poder de influência na Câmara de Espinho por parte do empresário Francisco Pessegueiro, coarguido no processo.


“Nunca presenciei qualquer influência, qualquer privilégio, que o Francisco [Pessegueiro] ou a construções Pessegueiro tivesse sobre os agentes políticos ou técnicos”, disse o arguido.

João Rodrigues, que trabalhou nos projetos realizados pela construtora de Pessegueiro, é o segundo arguido a prestar declarações, desde que começou o julgamento, a 05 de setembro no tribunal de Espinho, no distrito de Aveiro.

Perante o coletivo de juízes, o arquiteto insistiu que não tinha conhecimento do alegado plano para corromper o ex-presidente da Câmara Pinto Moreira e o seu sucessor, Miguel Reis, afirmando nãoacreditar naquilo que era dito por Pessegueiro, que classificou como “balelas”.

Questionado sobre o alegado “poder de influência” nas decisões tomadas na autarquia, que Pessegueiro dizia ter nas conversas com o arguido Paulo Malafaia, o arquiteto esclareceu que a intenção do construtor era “criar uma ideia de estabilidade para que o Paulo não tivesse receio ou que não prosseguisse com os negócios, conforme se tinha comprometido”.

“Se tivesse visualizado, presenciado alguma coisa anómala, alguma conversa anómala na presençade terceiros, nomeadamente nas pessoas que ele dizia ter supremacia, garanto que no primeiro diafalava com o meu sócio e deixávamos de trabalhar com a construtora [Pessegueiro]”, vincou o arquiteto.

Relativamente às “taxas de urgência”, que Pessegueiro disse que foram pedidas pelo ex-presidente
da Câmara Miguel Reis para aprovar projetos urbanísticos, o arguido afirmou que nunca tinha
ouvido essa expressão por parte de outras pessoas.

“Nunca tive um cliente no meu passado que tivesse dito algo sobre os dirigentes políticos, tanto
Miguel Reis como Pinto Moreira”, adiantando que a expressão “taxa de urgência” foi referida apenas
pelo empresário.

A audiência foi interrompida cerca das 17:00, prosseguindo no dia 28, com a continuação das
declarações do arguido João Rodrigues.

O processo Vórtex está relacionado com "projetos imobiliários e respetivo licenciamento,
respeitantes a edifícios multifamiliares e unidades hoteleiras, envolvendo interesses urbanísticos
de dezenas de milhões de euros, tramitados em benefício de determinados operadores
económicos”.

A operação culminou em 10 de janeiro de 2023 com a detenção do então presidente da Câmara de
Espinho, Miguel Reis (PS), o chefe da Divisão de Urbanismo e Ambiente daquela autarquia, um
arquiteto e dois empresários por suspeitas de corrupção ativa e passiva, prevaricação, abuso de
poderes e tráfico de influências.

Em 10 de julho do mesmo ano, o Ministério Público deduziu acusação contra oito arguidos e cinco
empresas, incluindo dois ex-presidentes da Câmara de Espinho, Miguel Reis e Pinto Moreira, que
também viria a ser constituído arguido no âmbito deste processo, após ter sido ouvido no
Departamento de Investigação e Ação Penal Regional do Porto.


Fonte : Lusa/Fim

Fonte : Defesa de Espinho





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