Demolição da antiga sede do Sp. Espinho avança se dono da
obra garantir traça original
A antiga sede do Sp. Espinho poderá
ser demolida devido ao seu estado de degradação, anunciou a 24 Janeiro de 2019 a autarquia, impondo como condição que o
proprietário garanta a reconstituição da traça original do imóvel.
"O edifício
classificado da rua 8 está em iminente situação de ruína, pondo em risco a
segurança pública com o eventual desprendimento de vários ornamentos que
integram a fachada do prédio", revelou fonte da Câmara Municipal de
Espinho.
Após avaliação técnica do local, a autarquia diz estar
disposta a autorizar que a sociedade imobiliária detentora do prédio avance
para a demolição, mas, dado que o edifício está "classificado como de
elevado interesse histórico-cultural e arquitetónico", impõe
"rigorosas condições" à emissão da devida licença.
"A autorização só será concedida depois de comprovada a
capacidade técnica [do proprietário] para repor na íntegra as características
originais deste exemplar arquitetónico que faz parte do património da
cidade", declara a fonte do município.
Em estilo Arte Nova, a antiga sede do Sp. Espinho começou
por ser um balneário marinho, inaugurado em maio de 1915, e já então se
apresentava em planta retangular com dois pisos e sobreloja. Na fachada
continua a exibir pilastras assentes sobre pedestais e uma porta com verga
curva, decorada com motivos vegetalistas e encimada por um óculo circular.
"Face à situação do edifício, aos perigos que
representa para o domínio público e à obrigatoriedade legal de preservar a
fachada principal ou garantir a sua replicação, a Câmara Municipal de Espinho
elaborou um conjunto de relatórios técnicos que identificam as condições e
requisitos exigidos ao proprietário para o desmonte da fachada", diz a
mesma fonte.
Um deles é que o proprietário do imóvel se comprometa de
forma sectorizada "a proceder à contenção e controlo dos edifícios
consolidados a Norte e a Sul do edifício a demolir", após o que terá que
"reconstruir todos os elementos decorativos da fachada e desmontar os
ornamentos que se encontram em estado de ruína ou desprendimento".
Beirais, varandas e cornijas serão assim retirados do
edifício original e sujeitos a reconstituição, de forma a que possam ser
reproduzidos de forma "mais precisa".
No mesmo sentido, todos os novos materiais a aplicar no
prédio estarão sujeitos à avaliação de técnicos municipais para garantir que a
reconstrução salvaguarde "todos os elementos ornamentais de acordo com a
traça original e a matéria-prima [nela] utilizada".
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