domingo, 27 de janeiro de 2019

Secretária de estado do ambiente visita obra de reforço do esporão da praia da baía.










As obras para reforço do esporão norte da Praia da Baía, em Espinho, já estão concluídas, mas a autarquia local alertou esta quinta-feira que, face às alterações climáticas, a estabilidade costeira da cidade exigirá agora manutenções mais frequentes.



"Espinho tem uma frente urbana que está consolidada e sem grande erosão do mar desde 1909, com a nossa linha costeira a manter-se desde essa altura praticamente igual ao que era, mas agora é evidente que temos que estar atentos às alterações climáticas e é importante que este tipo de obras de manutenção passe a verificar-se com maior frequência", afirmou à Lusa o presidente daquela autarquia do distrito de Aveiro, Joaquim Pinto Moreira.

No caso do esporão norte da Baía, o autarca indicou que "o habitual era proceder-se a obras de reforço de 10 em 10 anos", mas defende que agora essas "justificam-se num intervalo de tempo mais curto, provavelmente de cinco em cinco anos", o que dependerá "da sensibilidade e capacidade de execução do Ministério do Ambiente e da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que tutelam este tipo de intervenção".

As obras agora concluídas no esporão norte da Praia da Baía, cuja construção teve início em 1982 e foi concretizada pela empresa Somague, visaram sobretudo "reforçar a sua resistência à fúria das ondas".

Orçada em 1,1 milhões de euros e executada pela HydroStone, a intervenção dirigida pela APA durou sete meses, incidiu sobre o chamado cabeço do esporão, na extremidade apontada ao mar, e recorreu a uma técnica diferente das que vinham sendo aplicadas nessa estrutura.

"O comum era que este reforço se fizesse através da colocação de pedra e tetrápodes no local, mas desta vez optou-se por um sistema de defesa diferente, utilizando blocos de betão alinhados de forma a oferecerem ao mar uma resistência mais compacta e resiliente", explicou Pinto Moreira.

O autarca referiu que o objetivo foi garantir a solidez de uma estrutura "determinante para a segurança de pessoas e bens", mas insistiu que a manutenção do esporão e de outros recursos de defesa da orla costeira exigem agora obras mais regulares.

"Espero que o Plano de Ordenamento da Orla Costeira de Caminha a Espinho, agora em processo de revisão, preveja os instrumentos financeiros necessários para que este tipo de trabalhos de proteção sejam efetiva e eficazmente concretizados, assegurando uma proteção de pessoas e bens que terá que ser cada vez mais atenta", defendeu.

Exemplo que demonstra essa necessidade é a tempestade Hércules, que, como recordou Pinto Moreira, "ainda em 2014 causou danos consideráveis na costa de Espinho e obrigou a obras logo depois".



Sem comentários: