Falso herdeiro de 173 milhões de euros saca fortuna a milionária do grupo Solverde
Burlão dizia ser engenheiro, doutor e pessoa muito rica oriunda da família Violas.
Apresentava-se como uma pessoa muito rica, oriunda da família Violas (industriais, acionistas de bancos e empresários do imobiliário, casinos e hotelaria) e herdeiro de milhões de euros em ações do Grupo Solverde. Dizia-se doutor e engenheiro, apesar de não ser licenciado, e foi como sócio de uma empresa de confeções que conheceu uma empresária, de 62 anos, dona de fortuna, a quem sacou milhares de euros. Atuou sempre com a ajuda de três cúmplices, que estão a ser julgados no Tribunal de Gaia por burla qualificada.
Refere o processo, consultado pelo CM, que o falso herdeiro do grupo Solverde, de 48 anos e atualmente na cadeia, chegou a contar à vítima, em novembro de 2015, que era neto ilegítimo mas o preferido do avô - pai de Manuel Violas, atual presidente do grupo. Este tinha-lhe deixado uma herança em ações no valor de 173 milhões de euros. Explicou que a quantia estava em Zurique, Suíça, e que já tinha conseguido desbloquear 70 mil euros, mas que, já em Portugal, tinha sido agredido e roubado e ficou sem a quantia.
Acreditando na história, a empresária deu-lhe 2 mil euros para voltar a viajar para a Suíça e conseguir desbloquear um milhão de euros. Era tudo mentira.
Sempre mediante um plano ardiloso, traçado entre os quatro arguidos, o falso herdeiro chegou a simular que tinha o vírus Zika e que estava à beira da morte, cuspindo sangue e tendo líquido num pulmão. Tinha pouco tempo de vida mas precisava de dinheiro para pagar as despesas hospitalares. Numa outra situação, por exemplo, disse que tinha sido preso em Madrid e que precisava de dinheiro para pagar a caução para ser libertado. Noutras vezes, referiu estar preso na PJ de Aveiro e de Lisboa. Sempre para o ajudar, e acreditando nas histórias mentirosas do burlão, a vítima fez-lhe ainda dezenas de transferências, num valor superior a 34 mil euros.
Empresária rica apaixonou-se por um dos burlões
Outro dos arguidos é um homem de 47 anos que dizia ser engenheiro e que trabalhava com o falso herdeiro do grupo Solverde. Exercendo poderes de sedução, fez com que a empresária se apaixonasse por ele, ao ponto de se tratarem por "amor".
Foi através deste ascendente afetivo que conseguiu manipulá-la. Num caso, em outubro de 2016, ligou a chorar à vítima e pediu-lhe 1600 euros. Disse que estava preso e que o dinheiro serviria para não ser transferido para a cadeia de Caxias.
Simula "dificuldades momentâneas" e pede 10 mil euros
Sempre com "grande capacidade de persuasão e discurso preparado", o falso herdeiro do Solverde conseguiu ainda enganar a empresária em 10 mil euros, que disse servirem para pagar às funcionárias da sua empresa, por estar a passar por "dificuldades momentâneas". Nunca lhe devolveu o dinheiro. A mulher emprestou-lhe um Mercedes SLK, que vendeu e dividiu o dinheiro com os cúmplices.
PORMENORES
"Eram pessoas de bem"
"A ofendida acedeu por estar convencida que lidava com pessoa de bem e com avultado património, temporariamente inacessível", lê-se no processo.
Facilidade de dinheiro
A empresária tinha facilidade na movimentação de dinheiro e possuía património imobiliário e automóvel. Desenvolvia ainda atividades na área da moda.
Todos detidos pela PJ
O burlão pelo qual a vítima se apaixonou é irmão de um outro arguido no processo. Todos os arguidos foram detidos pela PJ em Outubro de 2016.
FONTE : Correio da Manhã
Nelson Rodrigues
Burlão dizia ser engenheiro, doutor e pessoa muito rica oriunda da família Violas.
Apresentava-se como uma pessoa muito rica, oriunda da família Violas (industriais, acionistas de bancos e empresários do imobiliário, casinos e hotelaria) e herdeiro de milhões de euros em ações do Grupo Solverde. Dizia-se doutor e engenheiro, apesar de não ser licenciado, e foi como sócio de uma empresa de confeções que conheceu uma empresária, de 62 anos, dona de fortuna, a quem sacou milhares de euros. Atuou sempre com a ajuda de três cúmplices, que estão a ser julgados no Tribunal de Gaia por burla qualificada.
Refere o processo, consultado pelo CM, que o falso herdeiro do grupo Solverde, de 48 anos e atualmente na cadeia, chegou a contar à vítima, em novembro de 2015, que era neto ilegítimo mas o preferido do avô - pai de Manuel Violas, atual presidente do grupo. Este tinha-lhe deixado uma herança em ações no valor de 173 milhões de euros. Explicou que a quantia estava em Zurique, Suíça, e que já tinha conseguido desbloquear 70 mil euros, mas que, já em Portugal, tinha sido agredido e roubado e ficou sem a quantia.
Acreditando na história, a empresária deu-lhe 2 mil euros para voltar a viajar para a Suíça e conseguir desbloquear um milhão de euros. Era tudo mentira.
Sempre mediante um plano ardiloso, traçado entre os quatro arguidos, o falso herdeiro chegou a simular que tinha o vírus Zika e que estava à beira da morte, cuspindo sangue e tendo líquido num pulmão. Tinha pouco tempo de vida mas precisava de dinheiro para pagar as despesas hospitalares. Numa outra situação, por exemplo, disse que tinha sido preso em Madrid e que precisava de dinheiro para pagar a caução para ser libertado. Noutras vezes, referiu estar preso na PJ de Aveiro e de Lisboa. Sempre para o ajudar, e acreditando nas histórias mentirosas do burlão, a vítima fez-lhe ainda dezenas de transferências, num valor superior a 34 mil euros.
Empresária rica apaixonou-se por um dos burlões
Outro dos arguidos é um homem de 47 anos que dizia ser engenheiro e que trabalhava com o falso herdeiro do grupo Solverde. Exercendo poderes de sedução, fez com que a empresária se apaixonasse por ele, ao ponto de se tratarem por "amor".
Foi através deste ascendente afetivo que conseguiu manipulá-la. Num caso, em outubro de 2016, ligou a chorar à vítima e pediu-lhe 1600 euros. Disse que estava preso e que o dinheiro serviria para não ser transferido para a cadeia de Caxias.
Simula "dificuldades momentâneas" e pede 10 mil euros
Sempre com "grande capacidade de persuasão e discurso preparado", o falso herdeiro do Solverde conseguiu ainda enganar a empresária em 10 mil euros, que disse servirem para pagar às funcionárias da sua empresa, por estar a passar por "dificuldades momentâneas". Nunca lhe devolveu o dinheiro. A mulher emprestou-lhe um Mercedes SLK, que vendeu e dividiu o dinheiro com os cúmplices.
PORMENORES
"Eram pessoas de bem"
"A ofendida acedeu por estar convencida que lidava com pessoa de bem e com avultado património, temporariamente inacessível", lê-se no processo.
Facilidade de dinheiro
A empresária tinha facilidade na movimentação de dinheiro e possuía património imobiliário e automóvel. Desenvolvia ainda atividades na área da moda.
Todos detidos pela PJ
O burlão pelo qual a vítima se apaixonou é irmão de um outro arguido no processo. Todos os arguidos foram detidos pela PJ em Outubro de 2016.
FONTE : Correio da Manhã
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