terça-feira, 9 de novembro de 2021

Corte de circulação no tabuleiro inferior da Ponte Luiz I

 

Corte de circulação no tabuleiro inferior da ponte vai durar um ano devido à minuciosidade do processo. 


Serão usadas técnicas do século XIX para preservar a estética do monumento.



Construída entre 1881 e 1886, a última grande intervenção na Ponte Luiz I, que liga as cidades do
Porto e Vila Nova de Gaia, data de 1954. 

Nos últimos anos, o desgaste foi ficando mais evidente e visível. 

Em algumas zonas do tabuleiro era possível ver o rio Douro e assistiu-se à queda de parafusos, entre outros problemas. 

Classificada como Património Mundial pela UNESCO em 1996, é um dos pontos turísticos mais importantes do Norte do País, mas é também essa classificação que torna o processo de requalificação mais moroso.


 Pedro Carvalho, engenheiro da Infraestruturas de Portugal (IP) responsável pela obra
explica as condicionantes do processo. 

"É património da UNESCO e temos, por isso, de preservar todas as suas características, com técnicas que respeitam o património.

 Dou-lhe um exemplo: aquilo que hoje usamos para ligar chapas metálicas são parafusos e, neste caso, não os podemos usar. 

Vamos usar rebites, uma técnica do século XIX, e isto implica tempo.

 Tivemos ainda outra condicionante que tem a ver com a circulação dos barcos. 

Se fizéssemos uma reabilitação com tabuleiros, os barcos não poderiam passar.

 Vamos fazer, por isso, a obra em duas fases. 

Primeiro do lado do Porto e, depois, do lado de Gaia. Isto ainda tendo de manter a circulação de peões ao longo de todo o período da obra", explica.

Pedro Carvalho esclarece tratar-se de "uma reabilitação completa com substituição, na íntegra, do
tabuleiro inferior da ponte". 

"É uma obra profunda, executada como se a estrutura estivesse no início do seu ciclo de vida. 

A ponte teve uma grande intervenção em meados dos anos de 1950 e, agora, vamos intervir como se estivesse no ano zero da sua existência", sublinha.

 São obras que irão permitir a circulação de veículos de 60 toneladas, mais 30 do que era possível anteriormente.








Sem comentários: