À procura de uma frincha que lhes mate a curiosidade sobre as obras do metro
Está aberto o portão do estaleiro na Rua do Carmo, em frente à Igreja dos Carmelitas, no Porto.
Um camião bloqueia parcialmente a entrada, mas as frinchas laterais permitem a Albano Santos dar uma ou duas espreitadelas lá para dentro.
"Passei e quis ver se já tinham feito o buraco. Sei que será um poço de 40 metros. Foi curiosidade momentânea", diz o comerciante do Mercado do Sol, lamentando ter sido "encostado lá para trás" por causa das obras da Linha Rosa.
Os "turistas não veem" e as "vendas pararam", queixa-se Albano, de 62 anos, admitindo curiosidade em saber "como está a decorrer" a obra.
E o facto é que, à semelhança do comerciante, são muito poucos os que passam pelo estaleiro e não viram a cabeça a tentar perceber o que se passa.
Desde a Rua dos Clérigos até ao Largo dos Loios, a coreografia é a mesma: as cabeças levantam-se e os pescoços esticam-se para tentar assistir ao trabalho das máquinas, cercadas por altos taipais. Junto à Praça da Liberdade, depois do Banco de Portugal, não há saída pedonal, mas Maria Fátima Silva e Abílio Silva prosseguem o seu caminho até às malhas verdes de ocultação.
Os vários rasgos oferecem ao casal uma paisagem privilegiada para a obra.
As redes sociais são as novas ruas para ver as obras do metro do Porto
Param, espreitam e alguns mantêm-se alguns minutos a assistir aos trabalhos como se de um espetáculo se tratasse.
O fenómeno não é novo e a reação é quase sempre a mesma entre quem passa pelas obras do metro do Porto.
Mas hoje, mesmo quando voltam para casa, há uma nova ferramenta que permite aos mirones não perder pitada das empreitadas.
Através do Facebook e do Instagram, a Metro do Porto mantém os passageiros a par dos progressos da construção da Linha Rosa, no Porto, e do prolongamento da Linha Amarela, de Santo Ovídio até Vila d'Este, em Gaia.
A publicação mais "famosa" até agora, logo a seguir às fotografias dos novos veículos, é a do viaduto de Santo Ovídio até à futura estação de Manuel Leão, no Facebook: com 1,5 mil gostos, o alcance foi de 125 666 pessoas. A interação com os cibernautas é tal que a empresa até esclarece dúvidas deixadas na caixa de comentários na própria publicação, quase como num "fórum", ou por mensagem privada. Os episódios assemelham-se aos vividos em 1999, com a construção da primeira fase
Fonte : JN
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