“Cada vez que a câmara muda eu ganho outra boca”:
Escutas a empresário revelam subornos pagos a autarcas do PS e PSD em Espinho
As escutas da Operação Vórtex revelam que o empresário Francisco Pessegueiro admitiu em conversas telefónicas o pagamento de subornos aos autarcas do PS e PSD Miguel Reis e Joaquim Pinto Moreira, quando estes lideraram a Câmara Municipal de Espinho.
O empresário acabou por admitir aos procuradores, três meses depois de ser detido, que aceitou corromper os dois autarca, segundo indica o Correio da Manhã. Aos procuradores, Pessegueiro contou que Pinto Moreira pedia-lhe para tomar um café no fim das reuniões, e este aceitava, com o social-democrata a levar uma agenda.
“E disse-me: ‘olha, Francisco, eu por cada ‘démarche’ que faço, para cada empreendimento, ‘Lar’ e ‘32’, eu quero 25 mil euros'”, indicou.
Francisco Pessegueiro acabou confrontado com escutas em que indicava a prática dos crimes que levaram à sua detenção:
“Cada vez que a câmara muda eu ganho outra boca [para alimentar]”, diz uma escuta o empresário, queixando-se à mãe dos subornos que teria de pagar.
De acordo com a acusação, já antes do encontro relatado (em 2021), em novembro de 2020 Pessegueiro tinha entregado 50 mil euros a ao ex-deputado do PSD Pinto Moreira, sendo que a entrega de mais subornos não se terá vindo a concretizar.
O empresário diz que não teve outra hipótese, e justificou porque não fez queixa.
“Se fizesse eu estava arruinado na cidade, como estou agora. Porque ele atirava-me os projetos para canto”.
Para além de Francisco Pessegueiro, e dois dois autarcas, há mais 11 arguidos na Operação Vórtex.
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