Espinho refém dos interesses imobiliários!
1 – A sessão de 23 de junho da Assembleia Municipal (AM) revelou, para quem tivesse
dúvidas, que os grandes interesses imobiliários mandam em Espinho e dispõem, para a
defesa das suas negociatas, da maioria dos eleitos dos espinhenses.
2 – A AM votou favoravelmente uma proposta da Câmara que atribuiu a uma obscura
sociedade, “Basic Connection Lda” – com 1 gerente, 1 funcionário e o capital social de 5 000€
(cinco mil euros!) –, um enorme terreno, sito entre as ruas do Golf, 20, 43 e a ribeira de Silvalde, para lá poder realizar uma operação urbanística, reconhecida como “de interesse público estratégico”.
3 – Este reconhecimento de “interesse público estratégico”, votado pela maioria dos vogais
da AM, faz com que o Plano Diretor Municipal em vigor seja atropelado e que 500 000€ sejam
oferecidos em isenção de taxas.
4 – O eleito da CDU, Jorge Carvalho, foi convidado pela empresa “Basic Connection Lda.” para
um encontro no Hotel Monte Lírio, prévio à referida sessão da AM, encontro que de imediato
rejeitou.
5 – Durante a sessão da AM foi publicamente assumido pelo Presidente da Junta de Paramos,
Manuel Dias, o voto a favor por compromisso prévio, assumido em reunião de hotel com a
sociedade “Basic Connection”; pelo vogal do BE, António Andrade, a sua presença em igual
reunião (tendo o seu voto sido a favor); pelo vereador Miguel Reis, do PS, também a presença
em reunião prévia com a referida sociedade (tendo-se abstido na votação). Outros vogais
tiveram vergonha de confessar que foram ao “hotel do compromisso", através de um silêncio
comprometedor.
6 – Apenas dois eleitos votaram contra: o eleito da CDU e um vogal do PS
7 – Sem comentar aqui as assustadoras conceções urbanísticas e volumétricas com que este
megaprojeto se vai juntar ao rasto de crimes urbanísticos e ambientais que os grandes
interesses imobiliários têm deixado em Espinho, a CDU denuncia:
a) a falta de garantias que este projeto oferece, nas suas vertentes financeira, social e
construtiva, por uma sociedade que, falando em nome da construtora FORTERA,
tem a dimensão acima descrita;
b) o funcionamento da Assembleia Municipal de Espinho, num estilo “personalizado e
a domicílio”, desde que sejam os grandes interesses económicos a solicitar
“reuniões de hotel”, o que contrasta chocantemente com as dificuldades
burocráticas e de horário tardio que qualquer cidadão espinhense tem de afrontar
para poder intervir numa sessão daquele órgão.
A CDU continua a analisar negativamente as consequências do domínio imobiliário em
Espinho na falta de habitação para jovens, na carestia de compra e aluguer de casas, no
êxodo da população jovem de Espinho e produtiva, na perda de importância do Concelho em
relação aos seus vizinhos.
Só a CDU, com os seus princípios e estilo de trabalho e com os votos que os Espinhenses lhe
confiarem, poderá reverter esta já longa agonia de Espinho, devolvendo o Concelho aos
Espinhenses.
A Comissão Coordenadora de Espinho da CDU
Sem comentários:
Enviar um comentário