domingo, 13 de agosto de 2023

Arte xávega em risco de desaparecer de Espinho

 


Pesca artesanal em risco de desaparecer de Espinho



Arte xávega só tem uma companha em atividade. 


Proprietário lamenta falta de apoios para uma atividade que também atrai muitos visitantes. 


Câmara diz que vai ajudar 


A arte xávega tem sido, ao longo de décadas, imagem de marca de Espinho' fomentando o turismo e atraindo clientela de várias proveniências. 

Mas a falta de apoio e de "sangue novo" põem em causa a tradição vareira, que a Câmara garante vir a apoiar. 

"Se não houver apoio para a arte xávega, um dia destes ela vai ao fundo", garante Adelino Ribeiro, proprietário da companha Rita e Carolina, a única atualmente em atividade, em Silvalde. 

Lino, como é conhecido entre as gentes da pesca, sabe do que fala.

Há 23 anos que enfrenta contrariedades e teima em perpetuar a imagem das tripulações que se aventuram mar dentro, em plena madrugada, para chegarem, 'horas depois, com o peixe preso à rede, numa arte que atrai dezenas de forasteiros ao areal, movidos pela" sardinha do nosso mar", ou simplesmente para uma foto de ocasião. 

"Se isto acabar, o turismo nesta zona desaparece.

 Ao fim de semana isto está cheio de turistas para tirarem fotografias junto ao barco e de clientes", observa. 


Famílias em causa


Mas não é só o futuro do turismo e de toda a restauração que ali se desenvolve que está em causa. "Tenho 12 homens e as suas famílias a dependerem da campanha. 

Como vai ser o futuro destas pessoas, se a pesca terminar?"

 Questiona, recordando que o negócio já foi rentável, "mas ultimamente tem sido fraco". 

"Antigamente havia muito peixe, agora é mesmo pouco e nem sempre é aquele que as pessoas preferem", sublinha. 

Sem o necessário rendimento, Adelino Ribeiro afirma que faltam também os apoios que ao longo dos anos têm sido prometidos, de forma reiterada.

"Prometem, prometem, mas depois não vemos nada. 

A Junta deu -nós uns rolos de corda, mas não tivemos mais nada", lamenta. 

Se aparecer comprador vendo", desabafa, por sua vez, José Barros, da companha "Vamos andando", por agora inativa.

 O seu barco, aliás, está desde junho colocado em frente à Câmara, como peça decorativa e de homenagem à arte xávega. 

Não é certo se voltará à pesca no próximo ano e se, nessa altura, ainda terá condições técnicas para ir ao mar. 


Apoio Municipal


A presidente da Câmara, Maria Manuel Cruz, não acredita no fim da arte xávega.

 Ao JN, explica que estão a ser preparados apoios no âmbito das candidaturas às comunidades desfavorecidas e que pretende reunir com os responsáveis das companhas. 

"Quero perceber como podemos contribuir para que a arte xávega funcione, não só como modo de vida, mas também como promoção do turismo, nem que isso passe, e vai passar de certeza absoluta, pela Câmara dar apoios a essas campanhas", disse 


Fonte JN























































Sem comentários: