terça-feira, 15 de dezembro de 2020

BE questiona atrasos na Linha do Vouga devido a testes de comboio a vapor


BE questiona atrasos na Linha do Vouga devido a testes de comboio a vapor


O Bloco de Esquerda pediu hoje explicações ao ministro da Infraestruturas sobre as perturbações das ligações ferroviárias na Linha do Vouga, causadas por um comboio turístico a vapor.

Numa questão subscrita pelos deputados Moisés Ferreira e Nelson Peralta, eleitos por Aveiro, os deputados querem que o ministro esclareça os atrasos e supressão de composições ocorridos quinta-feira, entre as 09:00 e as 11:00, com testes a um comboio histórico entre Sernada e Aveiro.

“As populações que utilizam a Linha do Vouga devem ser a primeira prioridade da CP, do Governo, bem como das autarquias", já que “são os estudantes e os professores que dão vida a essa ligação ferroviária e é graças a eles que ainda existem automotoras a ligar Sernada do Vouga a Aveiro”, salientam.

O BE sublinha que a Linha do Vouga é utilizada habitualmente para as deslocações laborais, académicas e escolares de centenas de pessoas, considerando que os seus interesses não foram devidamente acautelados.

“Este é mais um episódio que não promove a utilização do transporte ferroviário em alternativa ao uso individual do automóvel”, critica o BE, acrescentando que a ligação de Sernada do Vouga a Aveiro “tem sido alvo de desinvestimento contínuo”.

Em relação à viagem da locomotiva a vapor, os deputados do Bloco de Esquerda pretendem saber “quais foram os critérios que basearam a escolha das horas” e ainda como poderão os utilizadores da Linha afetados ser ressarcidos”.

Segundo o presidente da CP, Nuno Freitas, citado num comunicado da Câmara de Águeda sobre a viagem, tratou-se de uma marcha de ensaio e afinação de material circulante, n que incluiu a locomotiva a vapor Mallet E214, cinco carruagens históricas e uma cisterna de água, sendo que, entre as carruagens ontem em teste, estavam duas que foram recentemente recuperadas.

A própria locomotiva a vapor “fez uma revisão profunda, com prova hidráulica e diversos testes de segurança”, frisou Nuno Freitas, acrescentando que os testes, realizados na única linha de bitola estreita em funcionamento em Portugal, destinam-se a “afinar tudo para, logo que seja possível, reiniciar a circulação de comboios turísticos com passageiros”.

“Neste momento, estão a ser reparadas mais duas carruagens em Contumil, que irão fazer o seu teste novamente, em breve, na Linha do Vouga”, adiantou.

Segundo revelou o presidente da CP, é também intenção da empresa ter um núcleo histórico na Linha do Vouga, um projeto alinhado com a missão da CP, que é “não só transportar grandes massas de pessoas nos polos mais urbanizados do país, mas também olhar para a vertente histórica do caminho de ferro”.

FONTE Lusa / Fim




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