Desmontagem do mirante ferroviário da Madalena em Gaia está "em curso" - IP
A desmontagem do mirante ferroviário da Madalena, em Vila Nova de Gaia, já está "em curso", respondeu hoje fonte oficial da Infraestruturas de Portugal (IP) à Lusa, acrescentando que os trabalhos deverão durar até ao primeiro trimestre de 2023.
"Os trabalhos de desmontagem do mirante estão em curso e são acompanhados por técnicos de arqueologia", respondeu à Lusa fonte oficial da IP, dono da obra de remodelação da Linha do Norte entre Espinho e Vila Nova de Gaia que obrigaram à intervenção na zona do mirante.
Segundo a mesma fonte da IP, "os trabalhos de desmontagem do mirante deverão ser concluídos durante o primeiro trimestre de 2023", mas "o desenvolvimento deste trabalho está sujeito aos condicionalismos decorrentes do levantamento e registo arqueológico dos seus elementos, necessários à respetiva reconstituição".
A IP respondeu à Lusa que "as peças desmontadas serão acondicionadas nos terrenos da Misericórdia de Gaia, junto ao local onde o mesmo está implantado", cabendo à empresa "garantir a desmontagem do mirante" e ao município de Gaia "a sua trasladação e reconstrução, em articulação com a Misericórdia de Gaia".
Em causa está um mirante do século XIX sito na Quinta do Vale, na Madalena, cuja demolição estava prevista no projeto de modernização do troço da Linha do Norte para a construção de uma passagem superior pedonal, no âmbito do programa Ferrovia 2020.
"Trata-se de um mirante de estilo revivalista, com aspeto de torre castelã, aqui construído posteriormente à construção da linha ferroviária (1864/65), para que dele se pudesse contemplar a passagem dos comboios", pode ler-se no Estudo do Património Arqueológico e Arquitetónico da passagem superior de peões a construir, consultado pela Lusa.
O historiador de arte Francisco Queiroz alertou que o mirante é "dos melhores exemplares no país" e "um exemplo paradigmático de uma tipologia de arquitetura específica de uma época".
Depois de uma polémica acerca da demolição da estrutura (prevista para junho), também relacionada com as passagens superiores pedonais na Granja, em 26 de julho acabou por ser assinado um protocolo entre a Câmara de Gaia e a IP, numa cerimónia presidida pelo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, prevendo a "correta trasladação" da estrutura e a sua "reconstrução fidedigna em local próximo e adequado".
As obras atualmente em curso na Linha do Norte entre Espinho e Vila Nova de Gaia, no valor de 55,3 milhões de euros, deverão estar concluídas no início de 2023, disse fonte oficial da IP à Lusa no dia 04 de novembro.
FONTE : Lusa/Fim
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