Obras preparam infraestrutura para resistir a sismos
Subiu para mais de 4 milhões de euros o custo da requalificação do tabuleiro inferior da Ponte Luiz I, entre Porto e Gaia.
Tanto o atraso de meio ano, a obra está prevista ficar pronta a 31 de março, como o aumento de 29% face à despesa inicial justificam-se com o número de chapas em elevado estado de degradação.
O imprevisto obrigou a comprar mais material e os preços subiram por causa da guerra na Ucrânia, atrasando as chegada das encomendas.
Para a empreitada, são precisas 263 toneladas de aço, sendo que 79 serão só para o tabuleiro e 184 para peças.
A requalificação vai permitir duplicar a capacidade de carga rodoviária da travessia, mas não é o único fator positivo.
A ponte estará finalmente preparada para sismos e ganha essa capacidade com a instalação de "uma espécie de mola" que "repõe a posição original" da travessia em caso de deslocação durante um tremor de terra de grande intensidade.
"São alterações de milímetros ou centímetros, em que a ponte pode ter de se deslocar no caso de um sismo de grande intensidade.
A 'mola' amortece esse movimento, impede uma deslocação exagerada da ponte e recoloca-a na posição original", explica ao Jornal de Notícias Pedro Carvalho, diretor do centro operacional da Infraestruturas de Portugal (IP) no Grande Porto. Sobre os imprevistos, o engenheiro clarifica ainda que "houve necessidade de fazer reforços adicionais que não estavam previstos porque a solução de reabilitação passa por adicionar chapa à existente".
Acrescenta que "neste tipo de obras, é normal encontrar sempre algumas situações não previstas".
A obra está prevista terminar no final de março de 2023 e a decisão de a travessia servir o elétrico cabe aos dois municípios.
Esta requalificação servirá, para já, apenas o trânsito automóvel mas as câmaras do Porto e de Gaia já admitiram a intenção de tornar o tabuleiro pedonal.
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