quarta-feira, 26 de maio de 2021

Maioria dos 22 arguidos em silêncio num julgamento de tráfico de droga em Espinho

 


Maioria dos 22 arguidos em silêncio num julgamento de tráfico de droga em Espinho


Dezassete dos 22 arguidos no processo “Barba Ruiva”, relacionado com tráfico de droga, optaram por remeter-se ao silêncio no julgamento que começou hoje no Tribunal de Espinho, no distrito de Aveiro.


Um dos arguidos faltou à audiência de julgamento e apenas quatro optaram por falar, entre os quais um indivíduo de 19 anos que alegadamente traficava droga com o pai, o irmão e a avó, coarguidos no mesmo processo.

Este arguido, que se encontra em prisão preventiva, confessou ter vendido heroína e cocaína a partir de agosto de 2019 no bairro piscatório de Espinho, mas recusou qualquer relação com o pai nesta atividade.

“O meu pai era consumidor.

 Eu sempre cresci nesse meio, mas nunca fiz nada com o meu pai”, afirmou.

O arguido ilibou ainda o irmão mais velho, afirmando que “nunca teve nada” com a situação, tal como a avó, de 65 anos, que está acusada de guardar a droga do filho e dos netos.

"Sinto vergonha de ter passado essa fase. Foi uma fase má da minha vida", disse o arguido, pedindo desculpa aos consumidores.

Um outro arguido confessou ter vendido droga, nomeadamente cocaína e heroína, a diversos consumidores, para ganhar um dinheiro “extra” e restaurar a casa onde vive, mas garantiu que nunca abandonou o trabalho para se dedicar ao tráfico.

Afirmou ainda que chegou a pedir à sua companheira para fazer algumas entregas, quando estava a trabalhar, assumindo a culpa por essa situação.

Os arguidos, 18 homens e quatro mulheres, com idades entre os 19 e os 65 anos, estão acusados de tráfico de droga e tráfico de menor gravidade.

Um deles responde ainda por um crime de detenção de arma proibida.

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), os arguidos dedicavam-se ao tráfico de droga, nomeadamente haxixe, cocaína e heroína, nas áreas geográficas compreendidas entre Espinho, Gaia e Feira.

O MP refere ainda que os arguidos colaboravam entre si, adquirindo a droga em conjunto na cidade do Porto e quando um deles não tinha produto encaminhava o consumidor para o outro.

O processo resultou da operação “Barba ruiva” que levou à detenção de 13 pessoas em julho de 2020, nos concelhos de Espinho, Ovar e Vila Nova de Gaia.

No total, foram feitos 44 mandados de busca e aprendidas mais de três mil doses de droga, várias armas, veículos e mais de 13 mil euros.

Após terem sido presentes a primeiro interrogatório judicial, três dos arguidos ficaram em prisão preventiva.


Lusa/Fim




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