quarta-feira, 12 de maio de 2021

Moradores da Granja em Gaia contra passagem superior pedonal na estação




Moradores da Granja em Gaia contra passagem superior pedonal na estação



A construção de uma passagem superior na estação ferroviária da Granja, em Vila Nova de Gaia, motivou uma petição pública contra o projeto e os moradores prometem avançar com uma Providência Cautelar, disse hoje o porta-voz do grupo.



“Estamos muito inquietos porque as marcações para colocar a passagem superior já estão feitas. 

Além do impacto no património e no ambiente, estamos a falar de situações como a utilização do espaço por população sénior e com mobilidade reduzida – temos um centro educativo para pessoas com necessidades especiais e uma casa de repouso para idosos perto – que todos os dias necessitam de aceder ao comboio”, disse Vasco Sousa.

Com o título “Contra o projeto para a passagem superior da Estação da Granja”, um grupo que nas redes sociais utiliza uma página chamada “Praia da Ganja, Cidadãos”, lançou uma petição pública que às 18:30 de hoje contava com mais de 900 subscritores.

No texto, o grupo que defende a construção de uma passagem inferior, solução que dizem ter sido equacionada em 2010, refere que este projeto “coloca em causa o património cultural, paisagístico e arquitetónico da emblemática estação e da envolvente urbana”.

O grupo também considera que este projeto “contraria as políticas de mobilidade suave [pedonal e de bicicleta], através da introdução de um verdadeiro obstáculo a todos os residentes e utilizadores”.

Em declarações à agência Lusa, Vasco Sousa referiu que paralelamente a esta ação está a ser preparada uma Providência Cautelar e uma campanha de “comunicação e proximidade” junto da população, que inclui distribuição de folhetos pelas caixas de correio, dossiês e cartazes pelo comércio local, e a criação de um ‘site’.

“Queremos alertar para uma situação que passou desapercebida pelas pessoas.

 Estivemos a verificar as bases de dados sobre o projeto e não encontramos qualquer evidência de consulta pública.

 Essa solução vai ser implementada na estação de Valadares, o que torna mais difícil de compreender que não se enverede por uma solução semelhante na Granja. 

Há aqui dois pesos e duas medidas em localidades próximas”, referiu.

O grupo “Praia da Ganja, Cidadãos” já solicitou audiências à Câmara de Vila Nova e Gaia e à Infraestruturas de Portugal (IP), promotora da obra que está integrada no projeto de reabilitação integral de via do troço Espinho/Gaia, na Linha do Norte.

A agência Lusa contactou a IP, que rejeitou que tivesse existido qualquer outra solução, nomeadamente em passagem inferior, e garantiu que a solução atual foi definida e acordada em 2018 com a autarquia de Gaia.

Segundo a IP, em causa está um projeto dotado de escadas, elevadores e calhas para bicicletas, uma solução que “oferece vantagens do ponto de vista de salubridade e de segurança dos utentes, que terão em todo o percurso uma visão abrangente do espaço envolvente e poderão ser vistos do exterior, quer se encontrem na zona das escadas, no tabuleiro ou no elevador”.

“O tabuleiro da passagem superior pedonal ficará à cota 18.92 metros e a cota da plataforma central de passageiros, que constitui a condicionante basilar a respeitar, será de 12,52 metros, pelo que o valor exato do desnível será de 6,40 metros. 

No caso de uma construção de uma passagem inferior, o desnível seria de cerca de 5,70 metros, pelo que a alternativa proposta não apresenta vantagens significativas quanto a este aspeto”, justificou a IP.

Também o presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, defendeu que “a passagem superior pedonal com escadas e elevadores para acesso aos cais de passageiros e de atravessamento urbano é a melhor solução encontrada em termos de segurança e salubridade”.

À Lusa, o autarca referiu o projeto original é de 2011 e que esteve por duas vezes em discussão pública.

“A legitimidade da obra não conflitua com a legitimidade da opinião de alguns moradores”, concluiu.


Fonte  Lusa/Fim



Fonte JN


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