AV Feirense espera estar a operar em Gaia e Espinho "no segundo semestre de 2023"
A Auto Viação Feirense espera estar a operar em Vila Nova de Gaia e Espinho "no segundo semestre de 2023", após o tribunal ter levantado o efeito suspensivo da impugnação ao lote 4 do concurso público de transporte rodoviário.
"A expectativa de começar a operar no segundo semestre de 2023 mantém-se", disse hoje à Lusa Gabriel Couto, administrador da empresa que venceu o lote 4 do concurso público de transporte rodoviário de passageiros da Área Metropolitana do Porto (AMP).
O Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) do Porto levantou o efeito suspensivo de uma impugnação à adjudicação do concurso público de transporte rodoviário da AMP, abrindo caminho à implementação da nova rede de autocarros no território.
Na decisão datada de quinta-feira a que a Lusa teve hoje acesso, o TAF do Porto julgou "procedente o incidente de levantamento do efeito suspensivo automático relativamente ao ato de adjudicação ao agrupamento constituído pelas contrainteressadas do lote 4", correspondente a Gaia e Espinho.
No entanto, Gabriel Couto anteviu à Lusa que "a 'guerra' de impugnações e boicotes ao concurso não terminou, vai continuar, vai haver mais algumas dificuldades".
Contactados pela agência Lusa, tanto um representante dos operadores que viram o efeito suspensivo da impugnação levantado (Espírito Santo, MGC Transportes e União dos Transportes dos Carvalhos) como a AMP não quiseram comentar a decisão do tribunal.
Considerando o veredicto "expectável", o administrador da Feirense descartou dificuldades na aquisição da futura frota de autocarros, mesmo tendo em conta os atuais constrangimentos da economia mundial.
"Na aquisição dos autocarros não [prevemos problemas] porque nós nos vamos preparar atempadamente. Nós estamos a trabalhar nisso independentemente destas questões", asseverou.
Por outro lado, Gabriel Couto admitiu "preocupações a outro nível", nomeadamente com o preço dos combustíveis, que está "estupidamente inconstante" e "isso tem efeitos na operação".
"Os investimentos já os vamos tomar. A dificuldade é sobre que tipo de autocarros vamos querer ter", explicou, referindo-se à tomada de opções entre autocarros elétricos, a gás natural ou a gasóleo.
Também o advogado da AV Feirense, Luís Osório, falou à Lusa, dizendo que a decisão do tribunal permite começar a "adquirir autocarros", a "contratar pessoas", e a "negociar com os fornecedores de bilhética, de ‘software’ e de ‘hardware’" para implementar o sistema Andante.
"O que resulta da sentença é a total derrota dos argumentos invocados pelos incumbentes", disse o advogado à Lusa, considerando que "a partir de agora começa o relógio a contar" para a Feirense.
Faltará ainda que outros processos se concluam (corre um processo idêntico ao já decidido, relativo ao lote Norte Nascente), que a adjudicação seja concluída e os contratos remetidos ao Tribunal de Contas.
O concurso público de 394 milhões de euros acaba com um modelo de concessões linha a linha herdado de 1948 e abrange uma nova rede uniformizada de 439 linhas, incluindo bilhete Andante, com a frota de autocarros a dever apresentar "uma imagem comum em todo o território".
FONTE Lusa/Fim
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