sexta-feira, 5 de junho de 2020

Espinho aposta em dispositivo de salvamento aquático próprio

 Espinho aposta em dispositivo de salvamento aquático próprio


O concelho de Espinho tem desde sábado um dispositivo de salvamento aquático assegurada pelos bombeiros voluntários e pela câmara locais, descreveu hoje o vereador do ambiente, apontando que esta iniciativa "já salvou um pai e uma filha irlandeses".

"A praia é muito apetecível. Ainda por cima agora que as pessoas estão cansadas de estar em casa. E a época balnear é uma temática muito dinâmica e ainda mais este ano devido à pandemia. Temos já no terreno um dispositivo de salvamento aquático que na passada semana evitou males maiores com um pai e uma filha irlandeses", descreveu Quirino Jesus.

O vereador do Ambiente falava à agência Lusa no âmbito da divulgação feita hoje da portaria que define que a época balnear vai decorrer este ano entre 27 de junho e 30 de agosto nas praias costeiras da região Norte, quando em 2019 sucedeu entre 15 de junho e 15 de setembro, ou seja perdendo um mês, algo que não surpreende a autarquia de Espinho.

"É uma opção da Associação de Concessionários de Praias e Bares da Zona Norte e acordo com a ARHNorte. A câmara de Espinho foi informada e consultada, nomeadamente pela APA [Agência Portuguesa do Ambiente], tendo aceitado a proposta dos concessionários de praia", disse, à Lusa, Quirino Jesus.

O vereador descreveu que no contexto da pandemia covid-19, a Presidência do Conselho de Ministros definiu um conjunto de regras para o acesso, ocupação e utilização das praias balneares para esta época balnear, às quais se somaram orientações da APA e que, do ponto de vista da autarquia, "são todas essas restrições, indutoras de impactos negativos na economia local, quer seja ao nível dos concessionários de praia, quer ao nível da restauração e da hotelaria" que explicam as datas hoje divulgadas.

Em causa está o diploma publicado hoje em Diário da República, assinado pelo secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Jorge Seguro Sanches, e pela secretária de Estado do Ambiente, Inês dos Santos Costa, procede, para o ano de 2020, à "identificação das águas balneares costeiras e de transição e das águas balneares interiores, fixando as respetivas épocas balneares" no continente e nas regiões autónomas.

Na região Norte, a época balnear vai começar em 27 de junho, 12 dias depois em relação ao ano passado, e terminar em 30 de agosto, 16 dias antes do que em 2019. A única diferença prende-se com três praias do concelho de Viana do Castelo, que no ano passado tiveram datas diferentes: Arda/Bico (01 de junho a 30 de setembro), Cabedelo (01 de maio a 15 de outubro) e Carreço (01 de junho a 15 de setembro).

Quirino Jesus, vereador num concelho do distrito de Aveiro que tem oito quilómetros de praia, garantiu que, "ciente" de que mesmo fora das datas oficiais, o areal continuará "apetecível", a autarquia tomou "natural e atempadamente medidas de apoio às famílias, às empresas e associações, tendentes a mitigar os efeitos nefastos provocados pela pandemia".

Uma dessas medidas prende-se com a decisão de comprar equipamento no valor de 45 mil euros que está a ser usado por uma equipa de salvamento aquático afeta aos bombeiros voluntários locais no âmbito de um protocolo que lhes atribui uma verba especifica para este fim de cerca de 15 a 20 mil euros.

Segundo o vereador do Ambiente de Espinho acrescentou, por fim, que "a época balnear 2020 não foi imposta", tendo sido "aprovada pela maioria dos intervenientes que asseguram as praias".

Entre os critérios descritos à Lusa pelo autarca estão "dificuldades em contratar nadadores salvadores", uma vez que no contexto atual não foram realizados cursos de formação este ano, tendo sido revalidadas as cartas de 2019.

"Mas nem todos estarão disponíveis, não havendo contingente bastante para fazer face às necessidades de segurança nas praias. Como se sabe quem costuma fazer este trabalho é malta jovem que este ano também tem um calendário escolar diferente. E há, legitimamente, quem não possa e não queira fazer", disse o vereador.

O clima diferente no Norte face ao Sul também "influenciou", acrescentou o autarca de Espinho, que recordou outra contingência da época balnear "atípica" deste ano.

"Os infantários, e colónia de férias, habitualmente acorrem às praias na segunda quinzena de junho. Isso não acontecerá este ano", lembrou.


Lusa/Fim

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