Pinto Moreira sobre esclarecimento covid-19

𝑬𝑺𝑪𝑳𝑨𝑹𝑬𝑪𝑰𝑴𝑬𝑵𝑻𝑶 𝑪𝑶𝑽𝑰𝑫-19

Tenho acompanhado as reações à posição que o Município de Espinho tomou em relação ao “caso” da Marinha de Silvalde e não posso esconder a minha perplexidade com algumas afirmações produzidas.

Entre oportunismos, incongruências e dislates de grandeza diversa, o que mais se destaca é, sem dúvida, a tese da “discriminação” de que foram alvo os habitantes da Marinha. Baseia-se essa acusação no facto de que a CM Espinho não deveria ter referido publicamente a “Marinha”, porque isso é “discriminar”, mesmo que exista uma situação de potencial risco para a saúde daquela população e, nesse contexto, se justificar que a mesma seja devidamente informada e alertada.

Valerá a pena dizer que muitas destas pessoas – designadamente intervenientes políticos – são exatamente os mesmos que diariamente incendeiam as chamadas “redes sociais” com apelos à divulgação de informações detalhadas por freguesia, por bairro, ou quiçá por prédio ou andar. Sinais evidentes de coerência!

Mas há alguns dados que importa recuperar nesta história, para se perceber melhor o filme dos acontecimentos:

• A situação da Marinha de Silvalde não é recente, como todos sabem. Há pouco mais de duas semanas fiz um desmentido público de que existia um foco de infecção naquela zona. Fi-lo, porque considerei que era necessário esclarecer um rumor sensacionalista que circulava em Espinho e que anunciava até uma possível cerca sanitária, que nunca foi equacionada; 

• Nessa altura, a protecção civil e as autoridades de saúde fizeram o que havia a fazer: identificaram e confinaram os casos positivos, informaram as pessoas que poderiam ter estado em contacto com os infectados e recomendaram um período de isolamento profiláctico (preventivo);

• O caso voltou a ser amplamente comentado, não porque alguém do município quis que tal acontecesse. Não porque o presidente da Câmara quis “expor publicamente o Bairro Piscatório”, como, grotescamente, refere um comunicado do Partido Socialista. Mas porque, simplesmente, uma das pessoas infectadas com Covid-19 tornou a informação pública e obrigou a que esse esclarecimento fosse feito;

• Mais uma vez, a CM Espinho agiu com responsabilidade. Emitiu uma posição em que, naturalmente, teve de identificar o local em causa (mas nunca as pessoas) e esclareceu quais as medidas que estavam a ser postas em prática, apelando à serenidade da população. 

Tudo isto aconteceu numa base de transparência e de interesse público, respeitando a identidade das pessoas envolvidas e o melindre que este tipo de questões acaba por suscitar.

Não constituindo surpresa para ninguém, lá surgiram as reacções encarniçadas e oportunistas de alguns actores políticos locais, sempre prontos a tirar proveito deste tipo de “crises”. É triste e lamentável. Mas coerente com o tipo de oposição sectarista e tribal que muitos estão a desenvolver.

Aquilo que posso assegurar a todos os espinhenses, a poucas horas de comemorarmos o aniversário da nossa querida cidade, é que eu e o executivo que represento nos sentimos orgulhosos do trabalho realizado neste contexto particularmente difícil. Sem recorrer ao folclore mediático de outras paragens, fizemos o nosso trabalho e atingimos um patamar de segurança que compara muito bem com a maior parte dos concelhos da região. 

Desejo muita saúde a todos e um bom feriado municipal!