Painéis tecnológicos para proteger quem conduz
Material capaz de expandir em duas direções opostas, ao mesmo tempo, molda placas inovadoras e resistentes para autocarros, comboios e barcos.
À prova de fogo, à prova de bala.
São painéis resistentes ao fogo e à prova de bala, menos pesados e capazes de absorver uma maior quantidade de energia.
São estruturas pensadas para serem aplicadas em automóveis e autocarros, comboios e barcos, para proteger condutores, e passageiros se necessário, de agentes agressivos que podem ser letais.
O futuro dos transportes coletivos, e não só, passa por aqui.
“A grande inovação está no material que tem um comportamento diferente dos materiais convencionais que alongam numa direção e encolhem noutra”, adianta Raul Fangueiro, vice-presidente da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, licenciado em Engenharia Têxtil, doutorado em Compósitos. Estas plataformas tecnológicas são mais avançadas.
“O material tem a capacidade de expandir em duas direções, simultaneamente, alonga numa direção e expande na outra, longitudinal e transversalmente, o que lhe confere a possibilidade de absorver uma maior quantidade de energia quando acontece um impacto”, explica.
Estas placas, testadas e validadas, ainda não estão no mercado.
Os painéis nascem na Associação Fibrenamics – Instituto de Inovação em Materiais Fibrosos e Compósitos da Universidade do Minho, que mantém uma forte relação com mais de 350 empresas.
Numa primeira fase, os investigadores João Bessa, Daniel Barros, Carlos Mota e Fernando Cunha, sob coordenação de Raul Fangueiro, responsável pela Fibrenamics, avaliaram propriedades de resistência balística de diversos materiais fibrosos e compósitos entre ensaios e simulações numéricas de conceitos multicamadas.
Os protótipos foram produzidos num tanque aquecido e hermeticamente fechado, num processo de autoclave.
Resultado: painéis 20% mais leves do que os produtos atualmente no mercado, numa combinação de metamateriais, com propriedades não encontradas na Natureza, e materiais rígidos, como fibras de carbono e de aramida, que conferem robustez, alta resistência, elevada performance.
“Materiais com um comportamento auxético, comportamento fora do normal, fora das leis do que conhecemos dos materiais”, sublinha Raul Fangueiro.
São painéis que se adaptam às circunstâncias, a qualquer transporte, na cabina dos condutores ou numa extensão mais vasta.
“São plataformas tecnológicas que podem alimentar vários produtos, várias situações.”
Para uma necessidade específica, uma resposta específica.
A Fibrenamics coloca o conhecimento e a ciência ao serviço da indústria, ao mundo exterior, neste caso numa ligação estreita com a Fibrauto, que se dedica sobretudo à área dos transportes, em Vila Nova de Gaia.
É um projeto nacional, apoiado por fundos europeus, que resulta num produto inovador que deverá gerar interesse no Mundo, em países que procuram uma maior segurança e proteção de quem guia os seus transportes.
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