segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Câmara de Espinho considera "injustiça tremenda" a proibição das feiras



 Feira de Espinho contra a proibição de mercado de levante

Uma das medidas de contenção da pandemia de covid-19 apresentadas pelo Primeiro-ministro é a proibição de feiras e mercados de levante.

Os vendedores da Feira de Espinho, um dos maiores mercados ao ar livre da Península Ibérica, consideram a restrição “injusta” e ponderam realizar uma manifestação em Lisboa.

























Feirantes ameaçam fazer manifestação em Lisboa contra as novas restrições

Em causa está a proibição de feiras e mercados de levante em 121 concelhos portugueses.

 A medida entra em vigor no dia 4 de novembro. 

Os representantes do setor alegam que a medida volta a colocar em risco o futuro dos pequenos negócios.

Pedem que lhes sejam aplicadas as mesmas regras que estão em vigor para os centros comerciais e confessam-se surpreendidos com a decisão.

O presidente da Câmara Municipal de Espinho, Pinto Moreira, considera a proibição da realização de feiras, no âmbito das medidas contra o Covid-19, "absolutamente inaceitável e de uma injustiça tremenda".

Todas as segundas-feiras tem lugar na cidade uma das maiores feiras semanais do país, com cerca de 800 feirantes.

Com as medidas recentemente impostas pelo Governo, para tentar travar o número de infeções por Covid-19, deixará de se realizar nas próximas semanas.

"São pequenos comerciantes, produtores e agricultores que dependem desta atividade para a sua sustentabilidade financeira", referiu, esta manhã, Pinto Moreira.

"O que vai ser feito destes feirantes e das suas famílias", questionou o autarca, reiterando que se trata de uma medida "absolutamente inconcebível e de uma injustiça tremenda".

Recorda que os feirantes têm sido "extremamente rigorosos no cumprimento do plano de contingência que está em vigor na feira semanal de Espinho", acatando o distanciamento social, a higienização das mãos e o uso da máscara, "tudo foi cumprido".

"É por isso uma medida injusta, porque os comerciantes foram os primeiros a aderir à aplicação rigorosa do plano de contingência", acrescentou o autarca.

O presidente lembra que, em outros setores de atividade não se aplica esta medida.

"Os feirantes estão ao ar livre, em corredores e espaços amplos.

Não vemos que isso exista noutros setores de atividade como os espaços comerciais fechados onde há uma maior circulação de pessoas, com menor cumprimento das regras de distanciamento social".

"É nesses espaços fechados que o vírus provavelmente se propagam de forma mais rápida", considerou.




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