quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

Enterramento da linha férrea sem mais atrasos

 

Enterramento da linha férrea sem mais atrasos


Presidente da Câmara de Espinho acredita que só com a obra concluída é que a população vai perceber os benefícios.


O presidente da Câmara de Espinho acredita que o enterramento da linha férrea da cidade será uma realidade no primeiro semestre de 2008.

Depois de dois adiamentos da data para a conclusão dos trabalhos, José Mota acredita que agora “não há razão para mais atrasos, a não ser que surjam percalços daqueles que a natureza é pródiga em originar”. 

“Mas eu acredito que nem dessa forma vamos ter danos, pelo menos significativos”, acrescentou.

O autarca confirmou ao JPN o impasse causado por uma série de discussões entre a REFER e o consórcio responsável pela obra a propósito da necessidade de uma máquina para fazer face ao solo rochoso encontrado pelos operários.


A obra que a REFER não queria


José Mota não tem dúvidas de que o enterramento da linha férrea é uma obra que “interessa essencialmente a Espinho e a esta região”. 

É peremptório em afirmar que “nenhum conselho de administração da REFER gostaria que esta obra fosse feita porque há um grande investimento e a REFER não gostava de pôr os seus passageiros a passar em túnel em Espinho. É muito mais bonito à superfície”.

O futuro túnel terá cerca de mil metros, mais 250 metros de rampa para cada lado, tornando-se o maior túnel ferroviário do país.


Questões ambientais impedem prolongamento


Os cerca de mil metros do túnel não satisfazem todos os espinhenses que gostariam que houvesse um prolongamento tanto para norte como para sul.


José Mota contrapõe: 


“Temos todas as razões para estarmos satisfeitos com aquilo que conseguimos e fizemos muito bem em ter percebido atempadamente aquilo que era razoável e aquilo que não o era e poria em causa a realização desta obra”. 

“As pessoas só se vão aperceber do que vai mudar em Espinho com o enterramento da linha depois de a obra estar concluída”.

O presidente da Câmara adverte ainda para outro problema. 

“Há duas limitações, uma a norte que é a Ribeira do Mocho e outra a sul que é a Ribeira de Silvalde.

 Qualquer prolongamento deste túnel tinha implicações ao nível do ambiente que iriam tornar impraticável esta obra”.

Relativamente à área livre à superfície, José Mota não confirma a realização de um concurso de ideias porque “não é muito normal os bons arquitectos concorrerem” a esse tipo de iniciativas.

O presidente da Câmara afirma que, “juntamente com a Refer”, será encontrada “uma solução para aquele espaço” que permita ter “mais e melhor espaço para o lazer, para que Espinho encontre ali mais uma sala de visitas”.


Texto e fotografia: Cláudia Brandão

FONTE : JPN




sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Nova estação só em 2008

 

 Nova estação só em 2008 


Com as obras a bom ritmo, prevê-se agora que os trabalhos de enterramento da linha férrea em Espinho terminem no segundo trimestre de 2008.

No início das obras, em 2004, o prazo era de 30 meses para que a linha férrea de Espinho passasse a ser subterrânea. 

Pouco mais de um ano depois, o presidente do Conselho de Administração da REFER, José Sobral, admitia que a obra sofrera alguns atrasos. 

O novo prazo foi estipulado para mais dois anos e meio, isto é, em 2007.

Quando se pensava que a obra tinha, finalmente, tudo para andar, a máquina usada para escavar as valas onde irão ficar as paredes do túnel revelou-se incapaz de cortar a rocha existente no subsolo.

O facto levantou polémica: o empreiteiro da obra terá advertido a antiga administração da REFER para a necessidade de uma máquina que fosse capaz de destruir o rochoso subsolo, sendo que se tratava de um equipamento importado, aumentando os custos previstos da obra.

A resposta da REFER terá sido que haviam sido realizados todos os estudos necessários à caracterização do subsolo, e que, como tal, o empreiteiro deveria ter conhecimento pormenorizado de tudo.

Depois de alguns meses, as duas partes chegaram a acordo e com a chegada da máquina alemã, uma hidrofresa, a última data aponta para que a nova estação de Espinho esteja pronta no segundo trimestre de 2008.


Já se vêem as paredes


A máquina que perfura o subsolo já está a trabalhar no terreno, junto ao estádio do Sporting Clube de Espinho. 

O equipamento está a ser manejado por três operadores de nacionalidade alemã. 

O aparelho perfura o subsolo numa largura e profundidade que permitem que sejam feitas paredes de betão, responsáveis por suportar o túnel que, entretanto, irá ser escavado no meio.

Quando esse processo estiver concluído será altura de fazer a laje do topo, por baixo da qual passará o túnel. Isto a sul, porque a norte da estação já se faz a rampa de acesso ao túnel, que começará junto ao Rio Largo.

Outra frente já em curso é a parede nascente, isto enquanto estão já a ser construídas as paredes do futuro túnel.

Entretanto, decorrem os trabalhos de reposição de infra-estruturas de serviços afectados, entre eles as redes de saneamento e de águas pluviais e a rede telefónica.


Texto e fotografia : Cláudia Brandão

Fonte : JPN




quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

PIDDAC/Espinho: 22 dos 23 milhões de euros são para enterrar a linha

 

 22 dos 23 milhões de euros são para enterrar a linha 


Projecto tem agora uma forte oportunidade de ganhar novo impulso e ser concretizado em breve.


O Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) para 2007 atribui ao concelho de Espinho 23.226 milhões de euros, o que corresponde a cerca de 745 euros por habitante.

No distrito de Aveiro, Espinho só é superado pela própria capital de distrito, que vai receber 50 milhões de euros. Apesar disso, em consequências dos cortes orçamentais do Governo, o valor do PIDDAC atribuído este ano cai 48% face ao de 2006, quando Espinho recebeu cerca de 44 milhões de euros.

Dos 23 milhões recebidos, cerca de 22 milhões destinam-se às obras de enterramento da linha férrea que duram há mais de dois anos – o projecto tem agora uma forte oportunidade de ganhar novo impulso e ser concretizado em breve.

Em dois anos, o Estado já canalizou mais de 50 milhões de euros para o rebaixamento da linha.

 Uma quantia que não se esperava de início, assim como também não se esperava que a obra fosse constantemente interrompida. 

À terceira mudança de datas, prevê-se que o comboio passe por baixo da cidade de Espinho no segundo trimestre de 2008.


Texto : Cláudia Brandão



sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Fim do 'bairro dos ciganos' com alegria, choro e revolta


Fim do 'bairro dos ciganos' com alegria, choro e revolta

Houve quem chorasse de desespero por não ter direito a uma casa e houve até quem quisesse invadir as habitações dadas a outros



chamado "bairro dos ciganos", a sul da Marinha de Silvalde, em Espinho, começou, ontem, a ser demolido. Os moradores do bairro, esses, já estão realojados num bloco de apartamentos de habitação social, construído a algumas centenas de metros daquele local, e que já se encontrava pronto há quase dois anos e meio. Segundo André Duarte, da Divisão de Acção Social da Câmara Municipal, o realojamento, que teve lugar há exactamente uma semana, decorreu dentro da normalidade e ordeiramente. Porém, segundo diversos testemunhos relatados ao JN, a história poderá ter sido bem diferente.

Na passada sexta-feira, depois de um vendaval que assolou o concelho de Espinho, vendo a estabilidade das casas, ou melhor, das barracas e casas abarracadas, seriamente comprometida, vários moradores do dito "bairro dos ciganos" ter-se-ão se dirigido à Associação de Desenvolvimento do Concelho de Espinho, onde estão instalados os serviços de Acção Social, para contar aos técnicos presentes o que se passava e para reclamar por casa.

Depois de observada a situação de perigo de derrocada de algumas das casas, os técnicos terão decidido então realojar as pessoas no dito prédio novo.
Munidos das chaves, os técnicos terão sido completamente rodeados pelos moradores do bairro, cada um a reclamar por casa. Segundo Idalina Crista, uma moradora do bairro da Marinha, a confusão foi geral e houve até quem tentasse invadir o prédio. Aliás, ainda ontem, uma janela de uma das casas do rés-do-chão mantinha-se partida.

"Eu vi. Os técnicos tiveram de dar as chaves sob ameaça e até houve quem ameaçasse de arma em punho. Uma técnica da Câmara estava branca como a cal. Por medo, deram casas à toa. A uma família com três filhos deram um T2 e a uma viúva sozinha deram um T3. Deram casas a quem não tinha direito e aos meus filhos, cada um deles inscrito há mais de 18 anos, ninguém deu casa", criticava, a altos brados, Idalina Crista.

André Duarte, por seu lado, negou ter sido vítima de qualquer tipo de ameaças e afirmou ao JN que as pessoas que foram realojadas, foram-no por direito e por prioridade. "Correu tudo dentro da normalidade", concluiu.

Em defesa de uma casa
Ontem, pela manhã, na casa nº1 do chamado "bairro dos ciganos", vivia-se uma situação de pânico geral. Fátima Lapa, a dona da casa, realojada no novo prédio de habitação social desde sexta-feira, ameaçava não sair da casa velha. Tudo porque os dois irmãos que com ela ali viviam, ambos casados e com filhos, não tinham tido direito a casa nova. Depois de informada que a casa iria ser demolida como as outras, a família e dezenas de amigos do bairro da Marinha reuniram-se junto da casa para impedir a demolição. Abraçadas aos filhos, as cunhadas de Fátima Lapa choravam de desespero por irem ficar sem tecto. Porém, André Duarte, da Divisão de Acção Social, chegou com a boa-nova, dizendo que a casa iria ser poupada até que as duas famílias pudessem ser realojadas



FONTE: JN