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sexta-feira, 26 de abril de 2024
Autarca de Espinho quer mostrar que o concelho pouco tem de "rural"
Autarca de Espinho quer mostrar que o concelho pouco tem de "rural"
A presidente da Câmara de Espinho convida Marcelo Rebelo de Sousa a visitar aquele município.
Uma reação depois das polémicas declarações do presidente da República sobre as origens rurais de Luís Montenegro, que sempre viveu em Espinho.
A autarca quer que o chefe de Estado vá até ao concelho para ver com os próprios olhos que Espinho tem muito pouco de rural e é, pelo contrário, um território urbano.
Ouvida há pouco pela Antena 1, a socialista Maria Manuel Cruz disse não compreender as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa.
Para esclarecer o presidente da República, que classificou o primeiro-ministro como tendo comportamentos rurais, a autarca diz que vai convidar Marcelo Rebelo de Sousa a visitar o concelho e a data para o convite até já está escolhida.
Autarca de Espinho responde a ‘bocas’ de Marcelo sobre Montenegro “rural” e convida-o a visitar a cidade
Após as recentes declarações polémicas do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa sobre as origens “rurais” do primeiro-ministro Luís Montenegro e sobre António Costa, a presidente da Câmara de Espinho, Maria Manuel Cruz, expressou a sua surpresa e desacordo com os comentários feitos pelo chefe de Estado.
Numa entrevista à Antena 1, Maria Manuel Cruz considerou que as afirmações feitas por Marcelo Rebelo de Sousa terão sido um engano.
“Penso que foi um equívoco.
O concelho de Espinho tem pouco de rural. É uma terra de grandes tradições, sim, ligadas ao mar”, explicitou, em entrevista à rádio.
A responsável recorda que Espinho é conhecida como a “rainha da costa verde” e possui uma história marcada por escritores, banqueiros e um casino, o que destaca a sua natureza urbana, pelo que “de ruralidade não tem nada”.
“Acho que há aqui qualquer coisa que não correu bem”, afirmou Maria Manuel Cruz, revelando que planeia convidar o Presidente da República para visitar Espinho durante as comemorações da sua elevação a cidade, a 16 de junho.
“Espero que ele aceite. Vamos ter a comemoração da elevação de Espinho a 16 de junho, acho que seria uma altura ideal”, terminou.
Os comentários de Marcelo
O Presidente da República comparou na terça-feira o atual e o anterior primeiro-ministro, afirmando que “António Costa era lento, oriental” e Luís Montenegro “não é oriental mas é lento”, num jantar com jornalistas estrangeiros.
“Não imaginam como é difícil eu adaptar-me a um novo primeiro-ministro”, admitiu Marcelo Rebelo de Sousa no referido jantar no hotel de Lisboa, de acordo com o som cedido à agência Lusa pelo Correio Braziliense, traçando o perfil do atual e do anterior chefe do Governo.
Segundo Marcelo, o estilo de Montenegro é “completamente diferente” do de António Costa. Montenegro “não é lisboeta nem portuense, é uma pessoa que vem de um país profundo, urbano-rural, urbano com comportamentos rurais”.
“É muito curioso e difícil de entender precisamente por causa disso”, acrescentou.
O atual primeiro-ministro é, segundo o Presidente, “um grande orador, que vai ganhar todos os debates parlamentares por causa disso”.
“Mas é um político retórico, à antiga, não é um político estilo primeiro-ministro António Costa e muito menos estilo partidos populistas”, é “discursivo, envolvente, difícil de acompanhar”.
Com Montenegro “eu todos os dias tenho surpresas.
Com o primeiro-ministro António Costa, era ao contrário, tentava informar”.
Marcelo comentou a sua tarefa diante do governo liderado por Montenegro:
“É estimulante, mas para mim dá muito trabalho.
Não me dava muito trabalho o primeiro-ministro António Costa, era previsível”.
No som ouve-se também Marcelo a considerar que a lista da AD às eleições europeias foi “totalmente improvisada”, com segredo guardado até à divulgação.
“A solução para a lista europeia é tipicamente uma improvisação, guardou segredo até ao último minuto”, disse Marcelo no jantar com a imprensa estrangeira, antecipando que Montenegro “vai ser um político de silêncios” e irá utilizar muitas vezes “o efeito-surpresa”.
“Vai ser um político de silêncios. Já não tínhamos isso desde o general Eanes, a gestão do silêncio.
O efeito surpresa”, comentou ainda o Presidente da República.
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