sábado, 31 de março de 2007

Estação já foi abaixo!



Estação já foi abaixo!

A estação de caminhos-de-ferro de Espinho foi completamente demolida na madrugada da quinta-feira passada, depois da passagem do último comboio na linha do Norte. As máquinas, em pouco tempo, destruíram aquela que era considerada a estação de comboios mais fotografada e que, em breve, irá ser substituída por um moderníssimo edifício mais a sul, junto ao Hotel Nery e ao Edifício das Palmeiras.
As máquinas continuaram o trabalho no dia seguinte, procedendo à separação de materiais e ao longo da semana retiraram todo o entulho que ficou do velho edifício.
Esta semana, procedeu-se ao enchimento com terra da passagem subterrânea de peões e já foram destruídas as paredes onde se encontravam os azulejos com os temas de Espinho antigo.
As máquinas continuam, por agora, a fazerem o emparedamento com 2.80 metros de largura, para depois, começarem as escavações.
Junto à passagem-de-nível da rua 23, já se vêm os espessos muros numa fase em que a obra se encontra no centro, junto ao Casino de Espinho e Hotel Praiagolf.
Entretanto, como nos revelou o engenheiro responsável pela REFER, Nunes Marques, ainda antes do Verão a passagem superior para automóveis (pontão) deverá ser cortada ao trânsito para que a obra posso prosseguir para norte.


7mares

Os azulejos da passagem subterrânea 2007

Fotos Direitos Reservados


quinta-feira, 29 de março de 2007

Aeródromo vedado dois anos após choque mortal



Aeródromo vedado dois anos após choque mortal
j. paulo coutinho

Acidente na pista marcou necessidade de vedar aeródromo


Natacha Palma

Oaeródromo de Paramos, em Espinho, está finalmente a ser vedado. Isto quase dois anos depois de, a 26 de Junho de 2005, um acidente entre um avião e um carro que circulava na rua que atravessava a pista e que ainda é o único acesso ao aglomerado populacional da praia de Paramos, ter resultado na morte do piloto e do automobilista. O acidente fez com que a pista fosse interdita pelo Instituto Nacional de Aviação Civil. No entanto, algum tempo depois, e após a zona junto à dita estrada ter sido vedada com um cordão de terra e a pista ter sido reduzida a 250 metros, o aeródromo pôde passar a ser utilizado por ultraleves, isto enquanto não fosse vedado de forma definitiva a fim de garantir a segurança de pilotos e automobilistas.

"Compromisso nacional"

A obra agora em curso, financiada pelo Governo, nomeadamente pela Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, no âmbito da medida 1, "Saúde e segurança nas instalações desportivas", da iniciativa "Um compromisso nacional", deverá estar concluída dentro de uma semana. Para já, no local, apenas se vêem estacas de cimento que deverão suportar uma vedação metálica e plástica. Procede-se, também , à terraplanagem da área envolvente, junto à estrada, trabalhos a cargo dos militares do Regimento de Engenharia nº 3 de Espinho.

O custo total da obra ronda os 56,5 mil euros, sendo o montante financiado de cerca de 21 mil euros, isto embora o valor disponibilizado não ultrapasse os 10,5 mil euros, ou seja, menos de um quinto do valor total da empreitada. Contactado o presidente do Aeroclube da Costa Verde, concessionário do aeródromo, Jorge Pinhal, este recusou-se a fazer quaisquer comentários sobre a dita obra.

Prolongamento "à socapa"

Já Vítor Solteiro, deputado municipal do Bloco de Esquerda, denunciou que parte da pista que agora está ser vedada nasceu após um prolongamento de 200 metros para Sul "feito à socapa e a toda a pressa", em 2004, nas imediações da lagoa de Paramos /barrinha de Esmoriz, em zona de reserva natural integrada na Rede Natura 2000 e na Reserva Ecológica Nacional.

Segundo Vítor Solteiro, as obras de alargamento da pista foram levadas a cabo com meios logísticos da Câmara de Espinho, da empresa FDO e do Regimento de Engenharia.

Ouvido pelo JN, o presidente da Junta de Paramos, Américo Castro, garante que, por um lado, a pista nunca foi alargada a Sul (e por alargamento da pista entende que se trataria de asfaltamento, o que não aconteceu), e que a Câmara nunca poderia estar envolvida já que se tratam de terrenos onde não tem jurisdição, cabendo esta ao Ministério da Defesa.

terça-feira, 27 de março de 2007

Linha do Norte cortada após rebentamento de conduta



Linha do Norte cortada após rebentamento de conduta
lisa soares

Escavações no âmbito do enterramento da linha férrea de Espinho causaram aluimento de terras


Natacha Palma

O rebentamento de uma conduta de água localizada junto à passagem de nível da Rua 23, em Espinho, obrigou ao corte da passagem de comboios na via ascendente da Linha do Norte durante cerca de duas horas. Tal situação levou a que toda a circulação ferroviária entre o Porto e Lisboa fosse afectada, já que apenas a linha descendente esteve activa, obrigando a atrasos que chegaram aos 45 minutos. O incidente deu- -se cerca das 9.30 horas e teve por causa o movimento de terras decorrente de trabalhos naquela zona no âmbito da obra de rebaixamento da linha férrea.

Tais escavações levaram ao descalçamento da conduta que vergou e se rompeu. Enquanto não foi cortada, a água fez com que o chamado balastro (terra e cascalho) onde assentam os carris afundasse. E, embora a situação se circunscrevesse a uma muito pequena área, foi o suficiente para que a via fosse cortada à circulação.

Os trabalhos decorreram durante cerca de hora e meia, tendo sido colocado novo balastro na área afectada.

Apesar de o incidente não ter ocorrido em hora de ponta e dos estudantes estarem já a gozar as férias da Páscoa, ainda assim foram várias centenas de pessoas que se sentiram afectadas pelos atrasos. Por exemplo, os passageiros do comboio que partiu de Porto, de S. Bento, às 10.20 horas, com destino a Ovar, foram obrigados a sair na estação da Granja e a esperar cerca de 40 minutos por um novo comboio.

E enquanto esperavam andaram a saltar de plataforma em plataforma, a maioria passando a pé por entre as linhas. "Viemos do Porto e o comboio ficou estacionado na linha 3. Como vimos um comboio na linha 2, pensámos que era o que iria para Espinho e por isso toca a ir para a outra gare. Como estava muita gente a dirigir-se para uma única passagem pedonal, com medo de perdermos o comboio, toca a passar pelas linhas", explicou Rosa Rodrigues.

"O mais caricato é que, depois de o nosso comboio sair da linha 3 para voltar ao Porto, o tal outro comboio também foi para a linha 3. Quando disseram que era aquele comboio que tínhamos de apanhar, lá voltámos nós a passar para o outro lado. Vistas bem as coisas, podia ter-se dado ali um acidente bem grave caso passasse um comboio rápido", explicou

segunda-feira, 26 de março de 2007

Estação da CP passou à história



A estação ferroviária foi varrida do mapa da cidade Espinho, ao cabo de 133 anos de existência

A o fim de 133 anos a estação de caminhos-de-ferro de Espinho foi reduzida a escombros em nome de uma obra que, se tudo correr conforme o previsto, irá também esconder a passagem dos comboios do centro da cidade, modificando para sempre a imagem de uma terra que nasceu e se desenvolveu voltada para a linha férrea.


Talvez por isso mesmo, sejam tantas as memórias ligadas à estação, aos comboios e até à antiga passagem pedonal superior, a velha passarela de madeira há muito demolida. Memórias que, apesar da imagem de Espinho estar definitivamente a mudar, dificilmente serão esquecidas, tanto por novos, como por velhos. Muitos não hesitam em considerar que a estação poderia ter sido poupada e transformada, quem sabe, num espaço museológico, ligado à cultura ou ao turismo.

"Parecia que era a minha própria história que estavam a querer fazer desaparecer quando deitaram abaixo a estação. Foi feito tudo tão depressa, como se fizessem questão de não acordar uma só pessoa. Aquilo foi vruum, vruum, e de repente, em menos de duas horas, já não havia estação", contou José Fonseca, de 52 anos, empregado de comércio.

"Vivi sempre em Espinho e fui, na infância, quase um menino de rua. Sempre que podia, escapava de casa para andar na brincadeira e um dos meus passatempos preferidos, teria eu uns seis anitos, era colocar-me na passarela a ver os comboios a vapor a passar por baixo. Adorava sentir o cheiro do fumo",conta.

Com 30 anos, João Miguel Sousa, empregado de um vídeo-clube, por sua vez, nunca mais esqueceu o dia em que o papa João Paulo II passou de comboio por Espinho. "Eu era pequeno, teria uns cinco ou seis anos, e estava lá no meio da multidão de gente que foi tentar ver o papa. O comboio abrandou e nós vimo-lo a acenar. Teve que ver… Toda a gente a dizer-lhe adeus. Foi muito bonito. Nunca mais esqueci essa imagem", recordou.

Lurdes Guimarães, de 83 anos, também não esquece as muitas horas românticas que passou na estação com o marido, então ainda namorado, enquanto esperava o comboio para a Granja, onde ainda vive. Mas, nem todos os momentos foram felizes. Lurdes Guimarães recorda um certo domingo de festa da Nossa Senhora da Ajuda quando, depois de ter andado a passear com as amigas, se desencontrou do pai que a esperava na estação. Passava da meia-noite e aquele que pensavam que seria o último comboio já havia partido.

O pai, furioso, quando a viu chegar, deu-lhe uma bofetada à frente de toda a gente com tal força que a fez cair em cima de uma poça de água. "Fui a chorar até casa e durante muito tempo não lhe perdoei apesar dele me pedir desculpa todos os dias. O mais engraçado da história é que, por causa disso, no dia a seguir à cena, um rapaz que gostava muito de mim na altura veio ter comigo e disse-me que, se eu quisesse, me raptava nessa mesma noite. Eu, claro, não aceitei", contou Lurdes Guimarães, entre risos

quarta-feira, 21 de março de 2007

Estação perto do fim


Estação de Espinho demolida

 



Fotos Direitos Reservados


Fotografias Arquivo Gazeta de Espinho






Estação de Espinho demolida


Começou hoje a ser demolido o edifício de passageiros da estação de Espinho, demolição inserida no projecto de enterramento da linha do Noite à passagem por aquela cidade.

A operação será realizada de forma a causar o mínimo transtorno ao ambiente altamente urbanizado que rodeia a estação, prevendo-se uma duração de 2 semanas para que a demolição seja concluída.

Em 2008 o canal da linha do Noite em Espinho será subterrâneo. 

Retomando a superfície em Silvalde e nas dunas a Norte de Espinho. 

A passagem será construída para receber duas vias. a estação. 

Também  subterrânea. terá quatro.

Estas obras seguem-se a anos de pressão da autarquia para que a superfície ficasse liberta do canal ferroviário. de modo a proceder a arranjos urbanísticos neste importante pólo turístico do litoral Norte.








terça-feira, 20 de março de 2007

Passagem-de-nível da Rua 23 alterada























Estação perto do fim



As  obras de enterramento da linha-férrea vão tendo novos desenvolvimentos e, conforme anunciamos na nossa anterior edição, o fim do edifício da estação está para muito breve. 



A demolição deverá estar agendada para estes próximos dias, logo após a entrada em funcionamento da estação provisória instalada em edifício pré-fabricado, a norte.

Os técnicos procedem, agora, também, à instalação de condutas em frente ao Centro Comercial
Solverde 1.

As obras (escavações) já chegaram à passagem inferior para peões e na Rua 23, já está construída a passagem-de-nível provisória, uns metros para sul, de forma a que se possam prosseguir com as obras no local onde se situava a anterior passagem de automóveis. 

Uma pequena obra realizada em, apenas, dois dias  !

sábado, 3 de março de 2007

Estação ferroviária vai ser demolida até ao fim do mês



Estação ferroviária vai ser demolida até ao fim do mês


Estação de Espinho começa a ser desmantelada no dia 19, 132 anos depois de ter sido inaugurado


Natacha Palma Artur Machado

Aestação ferroviária de Espinho vai ser demolida durante a segunda quinzena deste mês, estando previsto que os trabalhos se iniciem no dia 19 e estejam concluídos a 30. Colocada de lado a técnica de implosão, o edifício começará a ser desmembrado a partir de cima, ou seja, do telhado. Retiradas manualmente todas as "peças" possíveis, só então entrarão em campo máquinas próprias que acabarão por deitar por terra o centenário edifício.

Entretanto, já está a ser montada aquela que irá ser a estação provisória até que a obra de rebaixamento da linha férrea esteja concluída (as previsões apontam para o primeiro trimestre de 2008). Trata-se de uma estrutura composta por vários contentores que está a ser montada a cerca de 100 metros a norte da actual estação.

O "novo" edifício de passageiros contará com todos os serviços normais, ou seja, bilheteiras e máquinas automáticas de compra de bilhetes. Além disso, contará ainda com um átrio que servirá de sala de espera.

Atravessamento normal

A demolição do edifício da estação não porá em causa de forma alguma o atravessamento da linha naquela zona, já que continuarão a existir passagens pedonais de uma gare para a outra.

Quanto ao quiosque situado mesmo em frente à estação, também mudará de lugar, desta feita para a plataforma que vai nascer junto à tal estação provisória.

De referir que a obra de rebaixamento da linha ganha, a cada dia que passa, maior "peso" no centro da cidade, com todos os inconvenientes que isso acarreta, nomeadamente na circulação de pessoas e veículos. A obra, que parece estar a decorrer em velocidade cruzeiro, ocupa, agora, praticamente toda a extensão da zona a ser intervencionada, tanto a sul como a norte, estando já muito perto do campo de futebol do Rio Largo que, no fim, irá ficar cortado a meio pela linha de caminho-de-ferro.

No que respeita a mudanças no trânsito, o próximo Verão afigura-se, no mínimo, confuso, já que o tráfego irá ser cortado no pontão existente a norte da cidade, uma via usada pelos automobilistas que se dirigem à zona balnear sem ter de ir ao núcleo duro da cidade onde têm de enfrentar vários semáforos.

De salientar que, antes disso, irá ser criada uma passagem de nível na Rua 15, de forma a colmatar o fecho do viaduto ao trânsito.

O pontão, acabará, também ele, demolido, já que deixará de ser necessário, mas só mais para o final da obra.

Trilhos ajudaram estância balnear

Segundo Armando Bouçon, técnico superior de História da Câmara Municipal de Espinho, quando a Linha do Norte foi aberta, Espinho não foi contemplado com estação, nem sequer apeadeiro, sendo os veraneantes obrigados a sair nas duas estações mais próximas, ou seja, na da Granja e na de Esmoriz. Mais tarde, a casa da guarda foi transformada em apeadeiro, mas só em 1873 é que o projecto da estação começou a tornar-se realidade, acabando por ficar concluída em 1874. Apesar de já estar a ser usada, a estação foi inaugurada um



ano depois, a 17



de Setembro de 1875. Foi a partir daí que a praia "ganhou o estatuto de afamada estância balnear", atraindo mais população, indústrias e comércio.