sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Última fosforeira do país encerra portas no dia 30



Última fosforeira do país encerra portas no dia 30


Trabalhadores receberam notícia com tristeza, mas também com contentamento por os seus direitos legais estarem salvaguardados


Natacha Palma, Manuel Azevedo

A Fosforeira Portuguesa, a única empresa a produzir fósforos no nosso país, com fábrica em Espinho, vai fechar no próximo dia 30, ao fim de 80 anos, deixando 39 pessoas no desemprego. Isso mesmo foi comunicado formalmente à Comissão de Trabalhadores e a representantes do Sinorquifa - Sindicato dos Trabalhadores da Química, Farmacêutica, Petróleo e Gás do Norte, pela Administração da firma, numa reunião realizada na passada segunda-feira, na sede, em Lisboa. A falta de rentabilidade do negócio e os constrangimentos e regras de mercado considerados irreversíveis foram as razões invocadas.

A notícia foi recebida pelos trabalhadores com um misto de tristeza e contentamento.

"Tristeza, porque temos pena de deixar de trabalhar com esta Administração e contentamento por o negócio que o director da fábrica, Jaime Teixeira Pinto, pretendia levar a cabo e que implicava usar na compra de outras instalações o valor das indemnizações a que teríamos direito, ter ido por água abaixo", comentou Alexandre Silva, da Comissão de Trabalhadores.

Segundo Alexandre Silva, os direitos legais dos trabalhadores da Fosforeira Portuguesa estão agora perfeitamente salvaguardados.

Ainda assim, a Administração da empresa, que pertence ao grupo espanhol Fierro, tem em cima da mesa a proposta de Jaime Teixeira Pinto, que pretende continuar com a firma embora instalada noutro local, e a de dois trabalhadores da Fosforeira que se propõem adquirir aquela unidade industrial.

Alexandre Silva é de opinião que uma das duas propostas virá a ser aceite, o que poderá significar que a produção de fósforos em Portugal possa ainda ver uma luz ao fundo do túnel.

Quantos aos trabalhadores, para já, estarão desempregados, mas, se uma das tais propostas for para a frente, poderão ainda regressar ao trabalho, embora sob as ordens de uma outra Administração que não esta.

E, claro está, noutro local, já que os três quarteirões onde estão situadas as instalações da Fosforeira, no centro de Espinho, muito valiosos em termos imobiliários, terão, com certeza, um destino bem diferente daquele que viveu durante 80 anos

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