domingo, 4 de dezembro de 2022

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Metro do Porto diz a Moreira que já formalizou "aceleração da empreitada" da Linha Rosa



A Metro do Porto formalizou, em maio, uma aceleração da empreitada da Linha Rosa, cujos atrasos tinham sido criticados pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, com quem o presidente da transportadora se mostra disponível para reunir periodicamente.



"Em 20 de maio último, formalizámos com o consórcio Ferrovial/ACA um Plano de Trabalhos Modificado (uma evolução corretiva do plano inicial)" visando "a aceleração da empreitada, intensificando a recuperação de atrasos acumulados em algumas frentes de obra, com o objetivo firme de concluir a obra em dezembro de 2024", pode ler-se na carta de resposta de Tiago Braga, presidente da Metro do Porto, a Rui Moreira, que tinha enviado um ofício à transportadora acerca dos atrasos na Linha Rosa.

A modificação visa também "a otimização de soluções técnicas e o reforço de equipas e de períodos horários de laboração", bem como "a manutenção do rigor e da exigência na monitorização do contrato da empreitada, também na vertente do controlo de custos", segundo a missiva a que a Lusa teve hoje acesso.

Segundo o relatório que acompanha a carta, o novo plano traduz-se "num aumento do número médio mensal de equipamentos em obra de cerca de 15% e incremento do número médio mensal de homens de cerca de 5%".

Em 10 de novembro, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira manifestou-se preocupado com o “impacto profundamente negativo” da construção da nova Linha Rosa da Metro do Porto que, defende, apresenta "excessivos atrasos" em “praticamente todas as frentes”, revela um ofício enviado à empresa.

Segundo um relatório de serviços municipais do Porto citado na carta, Rui Moreira referia que na Casa da Música (nos cais da Linha Rosa e da Linha Rubi) “existe um atraso de 215 dias”, na Galiza de 275 dias, no Hospital de Santo António 92 dias e em São Bento/Liberdade 120 dias.

O autarca independente lembrava que devido à “duração e dimensão” da obra foi criado um grupo de trabalho com as entidades envolvidas, incluindo a Câmara Municipal, mas o município estava “desprovido de qualquer informação sobre o andamento da empreitada”, dizendo que as reuniões "foram, entretanto, canceladas pela Metro do Porto”.

Na resposta de Tiago Braga, datada de terça-feira, pode ler-se que "desde outubro de 2021 e sem qualquer interrupção relevante, têm vindo a realizar-se reuniões quinzenais entre técnicos e administradores da Metro do Porto, SA e técnicos da Câmara Municipal do Porto, contando por vezes com a participação de membros da vereação".

"Estas reuniões não se encontram suspensas ou canceladas", garante Tiago Braga, referindo também que desde outubro de 2021 se realizam reuniões técnicas "com a periodicidade semanal, todas as terças-feiras".

"Além das reuniões de coordenação e das reuniões técnicas regulares atrás mencionadas, eu próprio estou disponível para reunir pessoalmente consigo, com a periodicidade que se entenda adequada", escreveu Tiago Braga a Rui Moreira.

A carta está também acompanhada de um relatório que detalha os atrasos e motivos dos mesmos, sobretudo no arranque da obra "relacionados essencialmente com dificuldades de mobilização de meios", e ainda "cadastros de serviços afetados desatualizados ou mesmo inexistentes", "demoras na obtenção de autorizações para a ocupação da via pública" e "para a realização dos desvios de trânsito necessários à obra", e "trabalhos de arqueologia imperiosos e de magnitude superior" ao previsto.

"O prazo médio de aprovação por parte da CMP [Câmara Municipal do Porto] foi de 42 dias de calendário, com um mínimo de seis dias e um máximo de 120 dias", números oficiais, mas, segundo o relatório da Metro, "o assunto já tinha sido introduzido anteriormente, nomeadamente nas reuniões regulares, pelo que o prazo de aprovação real é superior".

Quanto à arqueologia, "excedeu em muito os cenários previstos", quantificados em "mais de 400 dias" no total da obra, e destes 181 "correspondem a aditamentos das licenças de escavação arqueológica".

Para recuperar os prazos e terminar a obra em dezembro de 2024, a Metro do Porto utilizará turnos noturnos nas estruturas internas da estação de São Bento/Liberdade, bem como na Casa da Música, havendo também alteração da metodologia e sequência construtiva da estação do Hospital de Santo António, e na Galiza "foi estudado um sistema de tapetes para a retirada dos escombros das escavações dos túneis", permitindo trabalho simultâneo nestes e na estação, após o aparecimento de resíduos que custaram à Metro do Porto 1,8 milhões de euros a retirar.

Os custos do prolongamento da Linha Amarela em Vila Nova de Gaia (entre Santo Ovídio e Vila d'Este) e a construção da Linha Rosa, no Porto (entre São Bento e Casa da Música) ascendem aos 407,7 milhões de euros, mas deverão sofrer aumentos.


FONTE : Lusa/Fim





FONTE JN


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