segunda-feira, 17 de julho de 2023

Bloco de Esquerda (BE) - Coordenadora do Bloco, Mariana Mortágua, visita Feira Semanal de Espinho




Mortágua defende existência de ligação entre corrupção e preço das casas


A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda (BE) esteve hoje no mercado semanal de Espinho a alertar feirantes e clientes para ligações entre a corrupção imobiliária por parte de Estado, autarquias e empresas, e a crise na habitação.


Acompanhada por figuras do partido como Pedro Filipe Soares, José Soeiro, Moisés Ferreira, Luís Monteiro e Mário Moutinho, a deputada e líder da bancada parlamentar do BE foi alvo de repetidas comparações com a sua antecessora, motivando incentivos como "força na luta" e comentários como "tem a cara da Catarina [Martins]", "é muito simpática" e revela-se "mais linda ao vivo do que na televisão".

O foco da visita era, contudo, a distribuição de panfletos alertando para o que o BE considera o erro das políticas com que PSD, CDS e PS fizeram, nos últimos anos, duplicar o preço das casas e aumentar em 50% o custo do arrendamento "em Lisboa, no Porto, em Espinho, em Viseu e em todo o país".

Mariana Mortágua relacionou essas dificuldades com a contrastante facilitação imobiliária a entidades estrangeiras e deu um exemplo recente:

 "Esta semana ficámos a saber que um empresário chileno de uma petrolífera comprou 14 imóveis na zona de Lisboa através de vistos Gold com um investimento total de oito milhões de euros. É um corrupto condenado. 

Os vistos Gold serviram para um corrupto condenado conseguir nacionalidade para o seu filho e para o seu irmão e residência em Portugal".

Para a líder do BE, "isso é o Estado a promover a corrupção através dos vistos Gold", até porque o Governo "anunciou em fevereiro" que ia acabar com essas autorizações especiais de residência para investidores, mas, chegado o mês de julho, elas ainda vigoram, com 8.000 pedidos em lista de espera.

"Quando o Estado diz que, para resolver o problema da habitação, vai facilitar ainda mais o licenciamento imobiliário, temos aí outro exemplo do que é corrupção", acrescentou Mariana Mortágua, reforçando esse argumento com referência ao caso de Espinho, município da Área Metropolitana do Porto onde dois ex-presidentes de Câmara são suspeitos de práticas ilegais para agilizar negócios com imóveis.

A coordenadora do BE afirma, por isso, que a corrupção não pode ser um assunto que se valoriza em abstrato, mas que, na prática, não se combate. 

O discurso anticorrupção do recente texto do primeiro-ministro, António Costa, no [jornal on-line] Observador é, nessa perspetiva, apenas "um 'slogan' que se usa", refletindo uma estratégia que até vai "afinando as leis", mas negligencia que, perante raras condenações, mais importante era lutar contra o que viabiliza as práticas ilegais.

"O que permite a corrupção, em primeiro lugar, é a porta aberta do Estado aos negócios -- a forma como os interesses privados entram pelo Estado adentro. Pôr aquilo que é público nas mãos do privado (...) favorece o crime económico", realçou a coordenadora do BE, notando que também ao nível autárquico "há neste país um problema muito sério de abuso de poder, crime económico e corrupção".

Isso deve-se precisamente ao negócio imobiliário, "que durante muitos anos se encarou como uma forma de lucro fácil -- muitas vezes até com consequências ambientais desastrosas -- para enriquecimento de construtores e empresas", referiu.

A crise da habitação é consequência dessas práticas, porque, enquanto esses negócios imobiliários ilícitos se desenrolavam, em Portugal "não houve uma política que protegesse a habitação" -- ao contrário do que aconteceu em metade dos Estados-membros da União Europeia, que já têm legislação a regular as rendas, e em países como o Canadá e a Dinamarca, e regiões como Palma de Maiorca e Ibiza, que "já impedem ou querem proibir a venda de casas a não-residentes".

Mariana Mortágua propõe-se corrigir as estratégias dos últimos governos nacionais e declara: "Queremos inverter essas políticas, protegendo a habitação com limites às rendas, com limites às taxas das prestações ao banco -- porque as pessoas não estão a aguentar -- e com regras apertadas na contratação com os privados e no próprio licenciamento".


FONTE : Lusa/Fim












































Mariana Mortágua diz que Altice é bom indício do erro que será privatizar a TAP


A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda (BE) defendeu hoje que o caso de alegada corrupção na Altice devido a negócios imobiliários é um bom indício do erro que o Governo irá cometer ao privatizar a TAP.


Em declarações à margem de uma visita ao mercado semanal de Espinho, no distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto, Mariana Mortágua comentou assim a renúncia apresentada esta manhã por Alexandre Fonseca ao cargo de diretor executivo da antiga Portugal Telecom (PT) e, atualmente, a maior empresa nacional de telecomunicações.

“Devemos aprender com o que vai acontecendo, olhar para as empresas que foram privatizadas, perguntar o que aconteceu a cada uma delas e aprender com isso. Talvez isso possa dar um bom indício de por que é que é uma má ideia privatizar a TAP”, defendeu a também deputada e líder parlamentar do BE.

Para Mariana Mortágua, “toda a situação da PT é uma história de terror – do que acontece quando uma empresa das mais importantes do país é privatizada”. 

Nesse contexto, a presente investigação do Ministério Público à empresa de telecomunicações “é o último episódio desse processo, que utilizou imóveis da própria PT, da própria Altice, para negócios pessoais e enriquecimento pessoal”.

A coordenadora do BE espera “que a justiça corra rapidamente”, mas considera que já há uma lição a retirar do caso.

“A Portugal Telecom empregava milhares de pessoas, tinha tecnologia de ponta, desenvolveu serviços inovadores e fez tudo isto enquanto era pública. 

Mas, a partir do momento em que foi privatizada, transformou-se num joguete na mão de poderosos, sejam eles Ricardo Salgado ou depois os seus donos internacionais, como a Altice”, afirmou.


FONTE : Lusa/Fim









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