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segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Autárquicas 2025 - Espinho com oito candidatos após arranque conturbado de PS e PSD

 

Espinho com oito candidatos após arranque conturbado de PS e PSD


 As eleições autárquicas de 2025 em Espinho vão ser disputadas poroito candidatos que, após o arranque conturbado das pré-candidaturas de PS e PSD, são generalizadamente unânimes quanto à necessidade de reafirmar a cidade após a Operação Vórtex.


Para essa necessidade contribuem, segundo os vários cabeças de lista, diversas situações que se sucederam ao caso judicial que motivou a renúncia do socialista Miguel Reis à presidência da câmara, em janeiro de 2023, face a acusações de alegada corrução em negócios imobiliários nesse concelho do distrito de Aveiro.

Quem lhe sucedeu foi a número 3 da lista do PS, Maria Manuel Cruz, que realça que subiu ao poder em condições muito difíceis e deu prioridade à "reorganização interna da autarquia, ao reequilíbrio financeiro e ao encerramento de dossiês críticos herdados". 

Os restantes candidatos não veem nisso, contudo, justificação suficiente para situações como o declínio da limpeza e manutenção de estradas e espaços públicos do concelho, a paragem na construção do Estádio Municipal e a incapacidade de concorrer a financiamento comunitário para obras de habitação.

O PS alega que a lentidão de Maria Manuel Cruz foi um dos motivos pelos quais o partido não a quis como cabeça de lista e apoiou antes o seu vice-presidente Luís Canelas, que, segundo a ainda presidente da câmara, não teve sequer "a lisura" de lhe comunicar a decisão de se candidatar. Maria Manuel Cruz retirou- lhe, por isso, a confiança política em fevereiro de 2025, desvinculou-se ela própria do PS e em junho anunciou que ia concorrer como independente, focando-se agora na "habitação, saúde, escolas, equipamentos desportivos e culturais, e requalificação urbana".

Luís Canelas admitiu em maio que "o PS falhou nos últimos anos", pelo que pediu desculpa.

 Mas a condução do processo em termos de comunicação já tinha feitos estragos e, por insistência da comissão de jurisdição distrital de Aveiro, sujeitou-se a uma segunda votação na concelhia, que o reconfirmou como candidato - e por maior margem, então sem a anterior concorrência de Nuno Almeida, que Canelas acabou por convidar para número 2 da sua lista, que diz apostada em "corrigir o que não foi bem feito".

O PSD também teve a sua novela: Ricardo Sousa, presidente da concelhia, foi o candidato escolhido por unanimidade na concelhia em novembro de 2024, mas, em fevereiro de 2025, o coordenador autárquico nacional dos sociais-democratas fez saber que a hierarquia interna do partido ia avocar o processo, propondo outro nome. 

Os motivos para isso nunca foram referidos pelo PSD nacional e foi a distrital a comunicar em julho a nova escolha do partido, Jorge Ratola, alegando "estudos de opinião que indicaram que Ricardo Sousa não reunia condições para ganhar as eleições". 

Em Espinho, no entanto, tanto populares como representantes de instituições cívicas, fontes de outros partidos e até militantes sociais-democratas atribuem o afastamento do presidente da concelhia a questões pessoais de Luís Montenegro - ele próprio ex- candidato derrotado à Câmara de Espinho.

Ricardo Sousa avançou para o Tribunal Constitucional, com o apoio de 110 militantes, na tentativa de travar a nova candidatura do PSD, alegando, por exemplo, que os referidos estudos de opinião não analisavam a prestação da Ratola e que sondagens não estão previstas nos estatutos do partido como justificação para a direção nacional se impor à vontade da concelhia - o que nunca acontecera no concelho desde as primeiras eleições livres em Portugal, em 1976. Segundo fonte da candidatura de Sousa, o tribunal indeferiu o pedido, porque, "apesar de ter reconhecido que o processo não foi o mais correto, já não ia a tempo de o retificar".

Entretanto, Ratola propõe-se recuperar o tempo perdido por Maria Manuel Cruz. 

O adjunto do Primeiro- Ministro - que já foi vice-presidente da Câmara de Aveiro e também assumiu cargos de confiança política nas câmaras de Vale de Cambra, Santa Maria da Feira e de Espinho, neste caso de 2009 a 2013, no mandato de Joaquim Pinto Moreira, também arguido no caso Vórtex - anuncia agora "uma gestão rigorosa e eficiente que faça jus aos pergaminhos do concelho".

Sem incidentes decorrem as campanhas das restantes forças políticas que a 12 de outubro disputam a Câmara de Espinho.

Representando a coligação entre PCP e PEV, a professora e sindicalista Pilar Gomes promete "contrariar a regressão demográfica" do concelho, travar a especulação imobiliária local, criar "habitação a custos controlados" e "reabrir uma Urgência Básica em Espinho".

Já o candidato do Chega, o gestor de comércio automóvel Ricardo Oliveira, anuncia "obras urgentes de manutenção e requalificação" em equipamentos como "prédios de habitação social, Nave Desportiva, CentroMultimeios, Fórum de Artes e Cultura, piscinas municipais, Pousada da Juventude e Estádio Municipal".

A analista de crimes financeiros Rita Ribeiro aponta como objetivos do BE reaproximar a autarquia da população, "em especial dos jovens", e quer um município "mais inclusivo, acessível e ambientalmente responsável", enquanto o professor llídio Sá se compromete pela IL a acabar com a tendência da gestão local para ficar "refém de jogos político-partidários que não têm em atenção os interesses dos espinhenses".

Pelo CDS-PP, o gestor António Marques Baptista já anunciou a sua primeira ação em caso de vitória: "auditorias independentes" para apurar o real estado financeiro e jurídico da Câmara, até porque serão essas perícias a decidir o rumo de obras como o Estádio Municipal de Espinho.


Fonte :  Lusa/Fim



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