segunda-feira, 7 de agosto de 2006

Habitacoes de luxo apagam memorias de "O Nosso Cafe"

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Habitações de luxo apagam memorias de "O Nosso Café"


Manuel Azevedo  Fachada do em emblemático café que fechou portas há três anos e meio dever? 


Ser mantida e reabilitada  Natacha Palma, Manuel  Azevedo  Nosso Café ", na Rua 8, em Espinho, ira, em breve, dar lugar a um empreendimento de luxo com áreas habitacional e comercial. 

A obra, que devera ter inicio no próximo mês de Setembro, ficara a cargo do actual proprietário.

Rio, Manuel Salgueiro, conhecido empresário espinhense que adquiriu o edifício em leilão, em 1998, por cerca de 1,4 milhões de euros. 

Apesar de já ter sido demolido o edifício contíguo ao "O Nosso Café", na Rua 21, onde chegou a funcionar o restaurante "Cartuxa" e mais tarde o bar "Mix", uma escola de ballet e uma biblioteca da Gulbenkian, segundo Manuel Salgueiro .

 Provável que o edifício do café em si não seja totalmente demolido. 

A fachada devera manter-se, sendo, por outro lado, reabilitada e melhorada.~

Trata-se de um pequeno consolo para os muitos que se habituaram a ver o espaço como um lugar de passagem obrigatório da cidade. "Cristal" e agora o único .

E que a historia de Espinho, como acontece em relação a muitas outras cidades, inclui obrigatoriamente os seus cafés, verdadeiros pontos de encontro, onde eram passadas tardes inteiras, para ver e ser visto, em alegre cavaqueira.

Na cidade "Rainha da Costa Verde" houve-os muitos o cafés "Avenida", o "Nery", o antigo "Palácio", o incontornável "Moderno" e o " O Nosso Café ", todos eles com um espírito muito próprio, quase uma ideologia, e por isso frequentados por diferentes camadas da sociedade, não só espinhense, mas de toda a região.

 Actualmente, subsiste apenas o café "Cristal", um espaço normalmente frequentado por "habituais" e por "desportistas" das cartas, damas e domino. 

Foi com uma emoção contida que os frequentadores de "O Nosso Café " o viram fechar as portas há 3 anos e meio depois de cerca de 50 anos de vida. 

"Tudo nasce, cresce, e morre", faz notar Valdemar Ribeiro, um dos antigos accionistas da "Sociedade Cafeteira dos Cem", mais tarde "Sociedade Cooperativa Cafeteira dos Cem", proprietário ria do café. 

No entanto, agora que o destino do espaço está realmente traçado e a sua concretização se aproxima, as e moções e sobretudo as memorias ligadas para sempre ao café e a todos os que os frequentavam voltam em catadupa.

Ambiente de festa .

E com lágrimas nos olhos que Joaquim Ferreira Dias, que chegou a ser presidente da Assembleia Geral, recorda o ambiente de festa constante que se vivia no maior café de Espinho, o movimento do salão de bilhares situado na cave, e as festas e bailes que se realizavam no salão nobre, no primeiro andar.

 "Alem de tudo isso, o edifício contava ainda com um quiosque, com o restaurante "Cartuxa", com frente para a Rua 21, e ate uma adega típica. 

Era um grande café, com um ambiente muito bom", conta Joaquim Dias.

 "O café nunca foi muito frequentado por jovens, a não ser aqueles que iam ter explicações com o professor Pias, esse sim, uma figura ligada a historia do café", conta Maria do Rosário Pinto Correia.

 "De uma forma geral, o café era frequentado por pessoas de mais idade, de classe media/alta, muitas delas para concretizar negócios. 

As senhoras eram capazes de la passar tardes a fazer croché", recorda. 

Com o encerramento do espaço, muitos dos seus clientes mudaram-se para o actual "Palácio", frente ao casino. 

E muitos outros deixaram de ser vistos.

"Restou um vazio enorme "Manuel Fonseca Cabeleireiro .

Foi um dos accionistas da Sociedade Cafeteira do Cem, proprietária do "O Nosso Café", construído onde antes havia funcionado a Câmara Municipal. 

Manuel Fonseca, cabeleireiro de Espinho e uma das mais conhecidas personalidades da cidade, ainda guarda algumas das acções em casa.

 "Para recordação", diz. 

E as memorias são tantas... 

Manuel Fonseca lembra com saudade a época em que, ao domingo, se fazia fila para entrar no café e do tempo em que a "Malta Aldrabo na", o seu grupo de amigos, ali se reunia todas as noites. 

"O Nosso Café "sofreu muitas vicissitudes. 

Passou por varias administra coes que nunca alcançaram o entendimento da maioria.

 O encerramento acabou por ser quase natural, mas deixou um enorme vazio", lamenta .

2 comentários:

Anónimo disse...

POXA, PARECIA SER UM LUGAR BEM LEGAL, PENA QUE FECHOU, MAS COM CERTEZ HAVER? OUTROS LUGARES LEGAIS,

Anónimo disse...

POXA, PARECIA SER UM LUGAR BEM LEGAL, PENA QUE FECHOU, MAS COM CERTEZ HAVER? OUTROS LUGARES LEGAIS,