terça-feira, 29 de agosto de 2006

Fiscalização invade feira e apreende 400 mil euros

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Fiscalização invade feira e apreende 400 mil euros.

    Agentes do corpo de intervenção vedaram o acesso ao recinto e garantiram segurança da operação Hugo Silva, J. Paulo Coutinho Fiscalização invade feira e apreende 400 mil euros  dez carrinhas do Corpo de Intervenção da PSP chegaram à Avenida 24 quando faltavam poucos minutos para o meio-dia. 

Ainda a multidão se perguntava o que se passava e já os agentes - a maioria com gorro na cara e armada de metralhadora - entravam, em passo de corrida, no recinto da feira semanal de Espinho.

 Logo atrás, as 70 brigadas da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).

 No total, mais de 265 elementos. 

 Durante cerca de duas horas o espaço onde se concentram os vendedores de etnia cigana foi vedado, possibilitando uma mega-operação de fiscalização. 

Resultado foi apreendido material no valor de 400 mil euros a 100 operadores, 50 dos quais foram identificados e deverão ser constituídos arguidos no âmbito dos inquéritos criminais relativos aos ilícitos de contrafacção e usurpação.

 Roupa, calçado, perfumes, relógios, óculos, material audiovisual e marroquinaria diversa seguiram nas carrinhas da ASAE. 

Muitas bancas ficaram completamente vazias. 

A revolta tomou conta dos comerciantes, mesmo dos que não viram qualquer peça apreendida. 

"Por uns pagam os outros. 

Quem não vende contrafeito também sofre. 

Impedem os clientes de entrar e, assim, prejudicam os inocentes", criticou um vendedor. 

"Por que é que não fazem isto logo à entrada da feira, quando as pessoas descarregam?"

Questionou. 

 "Tem algum jeito fazer isto em Agosto, nas férias, com tanta gente, incluindo crianças, na feira?

 Fizessem a fiscalização lá fora! 

E só vêm aos ciganos? 

No outro lado da feira também vendem marcas [material falsificado]. 

Isto é discriminação", indignou-se, também, Hélder Lúcio, que desesperava por ver os clientes impedidos de aceder ao espaço onde tinha a banca. 

 "Era escusado. 

É muita polícia para uma feira só. 

Andam aqui muitas crianças, que ficam assustadas. 

E as pessoas que vêm comprar pensam que é outra coisa e até fogem", lamentou outra vendedora, queixando-se, ainda, do facto de não poder ir almoçar. 

"Deixam-nos sair daqui, mas depois não nos deixam entrar", explicou. 

 Entre palavras de indignação dos vendedores, os inspectores da ASAE confiscaram tudo o que era material falsificado ou do qual os feirantes não apresentavam a respectiva factura.

 Numa carrinha estacionada no interior do recinto, junto a uma das bancas de venda, foi encontrado um estojo recheado de relógios alegadamente "topo de gama".

 A Polícia encontrou, ainda, um veículo ligeiro de mercadorias que constava para apreender, por ordem judicial. A confusão que entretanto se instalou naquela parte da feira semanal de Espinho não impediu, contudo, que o negócio prosseguisse.

 Se houve clientes que se assustaram com o aparato policial, muitos continuaram a fazer as compras sem grandes preocupações. 

 Nem os inspectores afastam interessados .

Nem com a banca a ser esvaziada pela ASAE as pessoas se apercebiam que a hora não era a mais indicada para transacções comerciai s vasculhavam entre o material e tentavam saber o preço para comprar. 

E uma mulher chegou mesmo a tentar ver se nos sacos das apreensões havia alguma coisa em conta...

 Miúdos aproveitam a oportunidade .

Com a confusão que se instalou junto das bancas, alguns miúdos vislumbraram uma oportunidade para lucrar alguma coisa e deitaram a mão a algumas peças de roupa.

 Um deles envergava quatro camisolas, umas por cima das outras. 

A "esperteza" era traída pelo tamanho - pareciam vestidos - e pelas etiquetas à mostra... 

 Material apreendido deverá ser destruído Segundo a PSP, o material apreendido deverá ser declarado perdido a favor do Estado e, posteriormente, destruído.

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