quinta-feira, 29 de março de 2007

Aeródromo vedado dois anos após choque mortal



Aeródromo vedado dois anos após choque mortal
j. paulo coutinho

Acidente na pista marcou necessidade de vedar aeródromo


Natacha Palma

Oaeródromo de Paramos, em Espinho, está finalmente a ser vedado. Isto quase dois anos depois de, a 26 de Junho de 2005, um acidente entre um avião e um carro que circulava na rua que atravessava a pista e que ainda é o único acesso ao aglomerado populacional da praia de Paramos, ter resultado na morte do piloto e do automobilista. O acidente fez com que a pista fosse interdita pelo Instituto Nacional de Aviação Civil. No entanto, algum tempo depois, e após a zona junto à dita estrada ter sido vedada com um cordão de terra e a pista ter sido reduzida a 250 metros, o aeródromo pôde passar a ser utilizado por ultraleves, isto enquanto não fosse vedado de forma definitiva a fim de garantir a segurança de pilotos e automobilistas.

"Compromisso nacional"

A obra agora em curso, financiada pelo Governo, nomeadamente pela Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, no âmbito da medida 1, "Saúde e segurança nas instalações desportivas", da iniciativa "Um compromisso nacional", deverá estar concluída dentro de uma semana. Para já, no local, apenas se vêem estacas de cimento que deverão suportar uma vedação metálica e plástica. Procede-se, também , à terraplanagem da área envolvente, junto à estrada, trabalhos a cargo dos militares do Regimento de Engenharia nº 3 de Espinho.

O custo total da obra ronda os 56,5 mil euros, sendo o montante financiado de cerca de 21 mil euros, isto embora o valor disponibilizado não ultrapasse os 10,5 mil euros, ou seja, menos de um quinto do valor total da empreitada. Contactado o presidente do Aeroclube da Costa Verde, concessionário do aeródromo, Jorge Pinhal, este recusou-se a fazer quaisquer comentários sobre a dita obra.

Prolongamento "à socapa"

Já Vítor Solteiro, deputado municipal do Bloco de Esquerda, denunciou que parte da pista que agora está ser vedada nasceu após um prolongamento de 200 metros para Sul "feito à socapa e a toda a pressa", em 2004, nas imediações da lagoa de Paramos /barrinha de Esmoriz, em zona de reserva natural integrada na Rede Natura 2000 e na Reserva Ecológica Nacional.

Segundo Vítor Solteiro, as obras de alargamento da pista foram levadas a cabo com meios logísticos da Câmara de Espinho, da empresa FDO e do Regimento de Engenharia.

Ouvido pelo JN, o presidente da Junta de Paramos, Américo Castro, garante que, por um lado, a pista nunca foi alargada a Sul (e por alargamento da pista entende que se trataria de asfaltamento, o que não aconteceu), e que a Câmara nunca poderia estar envolvida já que se tratam de terrenos onde não tem jurisdição, cabendo esta ao Ministério da Defesa.

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