sábado, 3 de março de 2007

Estação ferroviária vai ser demolida até ao fim do mês



Estação ferroviária vai ser demolida até ao fim do mês


Estação de Espinho começa a ser desmantelada no dia 19, 132 anos depois de ter sido inaugurado


Natacha Palma Artur Machado

Aestação ferroviária de Espinho vai ser demolida durante a segunda quinzena deste mês, estando previsto que os trabalhos se iniciem no dia 19 e estejam concluídos a 30. Colocada de lado a técnica de implosão, o edifício começará a ser desmembrado a partir de cima, ou seja, do telhado. Retiradas manualmente todas as "peças" possíveis, só então entrarão em campo máquinas próprias que acabarão por deitar por terra o centenário edifício.

Entretanto, já está a ser montada aquela que irá ser a estação provisória até que a obra de rebaixamento da linha férrea esteja concluída (as previsões apontam para o primeiro trimestre de 2008). Trata-se de uma estrutura composta por vários contentores que está a ser montada a cerca de 100 metros a norte da actual estação.

O "novo" edifício de passageiros contará com todos os serviços normais, ou seja, bilheteiras e máquinas automáticas de compra de bilhetes. Além disso, contará ainda com um átrio que servirá de sala de espera.

Atravessamento normal

A demolição do edifício da estação não porá em causa de forma alguma o atravessamento da linha naquela zona, já que continuarão a existir passagens pedonais de uma gare para a outra.

Quanto ao quiosque situado mesmo em frente à estação, também mudará de lugar, desta feita para a plataforma que vai nascer junto à tal estação provisória.

De referir que a obra de rebaixamento da linha ganha, a cada dia que passa, maior "peso" no centro da cidade, com todos os inconvenientes que isso acarreta, nomeadamente na circulação de pessoas e veículos. A obra, que parece estar a decorrer em velocidade cruzeiro, ocupa, agora, praticamente toda a extensão da zona a ser intervencionada, tanto a sul como a norte, estando já muito perto do campo de futebol do Rio Largo que, no fim, irá ficar cortado a meio pela linha de caminho-de-ferro.

No que respeita a mudanças no trânsito, o próximo Verão afigura-se, no mínimo, confuso, já que o tráfego irá ser cortado no pontão existente a norte da cidade, uma via usada pelos automobilistas que se dirigem à zona balnear sem ter de ir ao núcleo duro da cidade onde têm de enfrentar vários semáforos.

De salientar que, antes disso, irá ser criada uma passagem de nível na Rua 15, de forma a colmatar o fecho do viaduto ao trânsito.

O pontão, acabará, também ele, demolido, já que deixará de ser necessário, mas só mais para o final da obra.

Trilhos ajudaram estância balnear

Segundo Armando Bouçon, técnico superior de História da Câmara Municipal de Espinho, quando a Linha do Norte foi aberta, Espinho não foi contemplado com estação, nem sequer apeadeiro, sendo os veraneantes obrigados a sair nas duas estações mais próximas, ou seja, na da Granja e na de Esmoriz. Mais tarde, a casa da guarda foi transformada em apeadeiro, mas só em 1873 é que o projecto da estação começou a tornar-se realidade, acabando por ficar concluída em 1874. Apesar de já estar a ser usada, a estação foi inaugurada um



ano depois, a 17



de Setembro de 1875. Foi a partir daí que a praia "ganhou o estatuto de afamada estância balnear", atraindo mais população, indústrias e comércio.

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