terça-feira, 21 de abril de 2020

No Canadá há sete anos, natural de Espinho, a assistente bibliotecária ......

Massacre no Canadá foi “segunda bomba” após covid-19 - portuguesa


Uma portuguesa a residir na Nova Escócia, ainda em choque devido ao pior massacre que o Canadá conheceu, descreve a situação como uma "segunda bomba", após o isolamento social e outras restrições da pandemia de covid-19.

"Toda a gente na Nova Escócia ainda está a processar o que se passa, porque estamos todos a passar por isolamento social devido ao novo coronavírus. O tiroteio surgiu que nem uma segunda bomba. O vírus foi uma bomba que se foi instalando aos poucos, mas o tiroteio foi algo com que acordámos no domingo", afirmou Marisa Moreira, de 39 anos.

No Canadá há sete anos, natural de Espinho, a assistente bibliotecária realçou que a província da Nova Escócia "não é grande", tem menos de um milhão de habitantes, e muitas das vítimas "eram conhecidas por amigos".

Pelo menos 20 pessoas morreram no domingo de madrugada, em Nova Escócia, no leste do Canadá, quando um homem armado abriu fogo em 16 locais diferentes, por motivos ainda desconhecidos.

"É óbvio que há um impacto na população. Está toda a gente em choque. Não tenho conhecimento de outro caso desta dimensão na província. O que me lembro, parecido, foi o que sucedeu no instituto politécnico em Montreal em 1989 (foram mortas a tiro 14 mulheres)", sublinhou.

Apesar de a capital da província estar localizada a quase uma hora de onde ocorreu o massacre, "muitas pessoas em Halifax estão preocupadas com a sua segurança", mas Marisa Moreira afirma-se "segura" em relação a um caso que "ficará na memória por muitos anos".

Apesar de Halifax ser uma cidade pequena e calma, com 400 mil habitantes, não é cosmopolita como Toronto ou Montreal, mas "acolhe bem os imigrantes".

Existem menos de mil portugueses na província, mais concentrados na ilha de Cape Breton.

O atirador, Gabriel Wortman, de 51 anos, morreu durante a detenção, no final de uma vasta caça ao homem, que durou cerca de 12 horas, por toda a província.

Técnico de próteses dentárias, de acordo com a imprensa local, o atirador circulava num veículo idêntico aos da polícia, vestindo pelo menos parte de um uniforme policial.

O homem abriu fogo em diferentes locais, em circunstâncias e por motivos ainda por esclarecer, num ataque que chocou o país, onde os tiroteios são raros.

O ataque começou no sábado à noite na pequena localidade rural de Portapique, a cerca de 100 quilómetros da capital provincial de Halifax. Várias vítimas foram encontradas à frente e no interior de uma casa, para onde a polícia foi chamada depois de terem sido ouvidos tiros.

O presumível autor fugiu à chegada da polícia, desencadeando uma vasta caça ao homem, durante quase 12 horas por toda a província.

Gabriel Wortman foi detido no domingo de manhã, em circunstâncias que a polícia ainda não esclareceu.

Com menos de um milhão de habitantes, que vivem sobretudo da exploração da madeira e da pesca, Nova Escócia é uma das províncias menos povoadas do país.

Fonte: 

Lusa/Fim

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