Ex-autarca Miguel Reis aceitou jantar oferecido por Pessegueiro para não " armar barraco "
O ex-presidente da Câmara de Espinho Miguel Reis, arguido no processo Vórtex, disse hoje que não aceita refeições grátis, mas admitiu ter aceitado um jantar oferecido por Francisco Pessegueiro, coarguido no processo, para não "armar barraco".
"Não aceito almoços.
Não aceito jantares (...).
Não queria que o jantar me fosse oferecido, mas foi", afirmou o ex-autarca, durante a 24.ª sessão do julgamento de corrupção na Câmara de Espinho, que decorre no tribunal local.
Em causa estava um jantar para celebrar o aniversário da mulher de Miguel Reis, ocorrido em maio de 2022, no restaurante "A Cabana", de Francisco Pessegueiro.
A acusação do Ministério Público (MP) diz que Pessegueiro deu instruções a um seu funcionário para oferecer o jantar e champanhe a Miguel Reis para estabelecer uma relação de proximidade com aquele.
O ex-autarca disse que acabou por aceitar a oferta de Francisco Pessegueiro porque "não queria estar ali a armar barraco no meio do restaurante", adiantando que a sua mulher "ficou muito desagradada com esta situação".
"Posso dizer que o jantar acabou quase por ali.
Não comemos bolo, não tivemos champanhe.
O que nós comemos foi meia salada de búzios, bebemos dois finos e dois pregos e viemos embora", afirmou.
O arguido referiu ainda que não tinha nenhuma relação pessoal com Francisco Pessegueiro, adiantando que o conheceu numa "reunião de cumprimentos" durante a campanha eleitoral para as autárquicas, em que concorreu à presidência do município.
Contou ainda que, durante muitos anos, a sua família comprou carne nos talhos da família Pessegueiro no Porto e em Espinho, mas realçou que era tudo pago com cartão multibanco.
Miguel Reis, que está acusado de quatro crimes de corrupção passiva e cinco de prevaricação, é o sexto arguido a prestar declarações, depois de Francisco Pessegueiro, dos arquitetos João Rodrigues e Costa
Pereira, este último em representação da sociedade arguida JRCP, Lda., do empresário Paulo Malafaia e do ex-presidente da Câmara Pinto Moreira.
O processo Vórtex está relacionado com "projetos imobiliários e respetivo licenciamento, respeitantes a edifícios multifamiliares e unidades hoteleiras, envolvendo interesses urbanísticos de dezenas de milhões de euros, tramitados em benefício de determinados operadores económicos".
A operação culminou em 10 de janeiro de 2023 com a detenção do então presidente da Câmara de Espinho, Miguel Reis (PS), o chefe da Divisão de Urbanismo e Ambiente daquela autarquia, um arquiteto e dois empresários por suspeitas de corrupção ativa e passiva, prevaricação, abuso de poderes e tráfico de influências.
Em 10 de julho do mesmo ano, o Ministério Público deduziu acusação contra oito arguidos e cinco empresas, incluindo dois ex-presidentes da Câmara de Espinho, Miguel Reis e Pinto Moreira, que também viria a ser constituído arguido no âmbito deste processo, após ter sido ouvido no Departamento de Investigação e AçãoPenal Regional do Porto.
Fonte : Lusa/Fim
Ex-autarca Miguel Reis nega ter recebido 5000 euros por duas taxas de urgência
O ex-presidente da Câmara de Espinho Miguel Reis, arguido no processo Vórtex, negou hoje ter recebido 5.000 euros de adiantamento de taxas de urgência por parte do empresário Francisco Pessegueiro, coarguido no processo, como refere a acusação.
Durante a 24.a sessão do julgamento do caso de corrupção na Câmara de Espinho, que decorre no tribunal local, Miguel Reis confirmou ter tido um encontro com Pessegueiro para falar do atraso em dois empreendimentos que estavam a preocupar o empresário, mas negou ter recebido qualquer dinheiro.
A acusação do Ministério Público (MP) refere que o empresário Francisco Pessegueiro se encontrou com Miguel Reis em 25 de maio de 2022, num café em Espinho, onde lhe entregou 5.000 mil euros como tinha sido acordado entre ambos, para garantir que os seus processos fossem tramitados nos termos que melhor servissem os seus intentos.
Questionado pelo juiz presidente, o ex-autarca esclareceu que “a tal pasta que falam, que já abriu telejornais", que recebeu durante o encontro com o empresário, continha apenas os elementos dos processos 32 Nascente e do Lar Hércules, que fez chegar aos serviços.
"Uma capa com 5.000 euros é uma coisa com alguma consistência.
Eu ir para uma reunião de câmara com 5.000 euros, acho que não faz assim grande sentido", afirmou.
Miguel Reis, que começou hoje a prestar declarações perante o coletivo de juizes, disse ainda ter ficado estupefacto com a acusação do MP quando refere que tinha falta de liquidez para celebrar o contrato definitivo para a compra da sua casa.
"Nunca estive necessitado de dinheiro.
Sempre vivi abaixo das minhas possibilidades.
Quem me conhece sabe que não preciso de dinheiro", afirmou.
Negou ainda ter tido conversas sobre a possibilidade de ser corrompido, afirmando que não dava abertura às pessoas para falar sobre essas matérias, e quanto à oferta de mobiliário por parte de Francisco Pessegueiro afirmou que "é redondamente mentira", adiantando que não tinha falta de mobiliário.
"Se há coisa que tenho em excesso é mobiliário .
Tenho necessidade de vender mobiliário.
Quando mudei para esta casa o grosso do mobiliário veio de outras casas.
O que nos faltava era algumas peças, alguns apontamentos", explicou.
Miguel Reis, que está acusado de quatro crimes de corrupção passiva e cinco de prevaricação, é o sexto arguido a prestar declarações, depois de Francisco Pessegueiro, dos arquitetos João Rodrigues e Costa
Pereira, este último em representação da sociedade arguida JRCP, Lda., do empresário Paulo Malafaia e do ex-presidente da Câmara Pinto Moreira.
O processo Vórtex está relacionado com "projetos imobiliários e respetivo licenciamento, respeitantes a edifícios multifamiliares e unidades hoteleiras, envolvendo interesses urbanísticos de dezenas de milhões de euros, tramitados em benefício de determinados operadores económicos".
A operação culminou em 10 de janeiro de 2023 com a detenção do então presidente da Câmara de Espinho, Miguel Reis (PS), o chefe da Divisão de Urbanismo e Ambiente daquela autarquia, um arquiteto e dois empresários por suspeitas de corrupção ativa e passiva, prevaricação, abuso de poderes e tráfico de influências.
Em 10 de julho do mesmo ano, o Ministério Público deduziu acusação contra oito arguidos e cinco empresas, incluindo dois ex-presidentes da Câmara de Espinho, Miguel Reis e Pinto Moreira, que também viria a ser
constituído arguido no âmbito deste processo, após ter sido ouvido no Departamento de Investigação e Ação Penal Regional do Porto.
Fonte : Lusa/Fim
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